As avaliações no processo de transformação digital da Kroton

Sumário

Customer centricity, big data e user experience são alguns dos termos comuns para quem estuda o sucesso das grandes empresas digitais como Amazon, Google, Facebook, entre outras. Mas hoje elas saem também da boca do CEO da Kroton, maior empresa de educação do mundo, Rodrigo Galindo. O caminho estratégico escolhido por ele não poderia ser mais acertado: os alunos que hoje avaliam a experiência de uso das plataformas de educação não as comparam com outras instituições de ensino, mas sim com as empresas que fazem a cabeça dos jovens – estas mesmas já citadas acima. 

É com a premissa da Transformação Digital que ele desafia a máxima de “não mexer em time que está ganhando”. Nas mãos dele a Kroton cresceu em mais de 10 vezes o número de alunos e se tornou a maior empresa de educação do mundo. Agora se inicia uma nova revolução no grupo que quer partir do primeiro passo de digitalizar a empresa para chegar a uma experiência totalmente digital do cliente. O percurso acontece em 3 frentes: 1) Ganhar agilidade em escala com adoção da tecnologia SAFe; 2) Desenvolvimento de capabilities digitais, como Arquitetura de Referência, Data & Analytics e Customer Experience e User Experience; 3) Estímulo à inovação aberta. Todos eles devem caminhar para conseguir mudar a cultura da empresa como um todo. 

Para quem desconfia de tanta modernidade diante do ensino, Galindo tem a resposta rápida: o mesmo ritmo de crescimento da empresa foi acompanhado pela boa média do Índice Geral de Curso (IGC) cursos nos últimos anos – ele se mantém superior à média brasileira e das Instituições Públicas de ensino. 

Desafios do Ensino Superior

Mesmo com todos os esforços para se modernizar, o Kroton também enfrenta os desafios de todas as instituições que se dedicam ao ensino no século XXI: Como engajar alunos? Como reter a evasão? Como ofertar uma formação que garanta empregabilidade em um cenário de mercado de trabalho cada vez mais instável? Analytics, experiência e uma nova forma de avaliar os alunos são algumas das respostas.

Empregabilidade

Através do portal Conecta, cada aluno inscrito faz um teste de competências técnicas e comportamentais e, assim, tem seu perfil traçado. Quando aprovado em três disciplinas relacionadas às competências traçadas, o aluno recebe a validação do portal. Em seguida, é hora do match com testes socioemocionais pedidos pelas empresas para garantir que os alunos e ex-alunos do grupo se apresentem como os melhores candidatos para as vagas ofertadas em sua região. O portal também é utilizado para que a Kroton identifique possíveis falhas ou brechas na formação de seus alunos através de feedbacks recebidos pelas empresas. 

Controle de evasão

Com os esforços para tornar a empresa o mais data-driven possível, a Kroton desenvolveu um algoritmo que mapeia a variável de retenção e evasão dos seus alunos. A partir dele, foi traçado um somatório de pontos que aluno precisa que atingir para ser considerado um aluno ‘fidelizado’. A área acadêmica tem então o desafio de desenvolver ações para estimular que o aluno a alcançar essa variável o mais rápido possível. 

Avaliações 

Sabemos bem que toda experiência de aprendizado tem a avaliação como uma das etapas consolidadoras e com a transformação digital do Kroton não é diferente. No entanto, a estratégia para garantir a melhor experiência do aluno fez mudar a rotina de avaliações da instituição. Antes 60% das avaliações aconteciam no primeiro ano de graduação, quando os alunos não se sentiam preparados para estarem ali. Era, inclusive, no primeiro ano que se registravam as taxas mais altas de evasão. “O aluno que entrava na faculdade vinha de diferentes bases de aprendizagem e, muitas vezes, encontrava um muro de cinco metros de altura nas avaliações de nivelamento. Com estes dados, o objetivo foi então e inverter a lógica: fazer o primeiro ano mais focado no engajamento do aluno nas atividades acadêmicas para, nos semestres seguintes, cobrar com mais peso as competências técnicas.”, conta Galindo.  Com a nova proposta, ao longo dos semestres o engajamento se torna menos importante e dá lugar às competências técnicas. Como o próprio CEO diz: O muro se tornou uma rampa. 

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Gabriela Garcia – Responsável pelo marketing e inovação no Prova Fácil e jornalista formada pela UFMG/Univ. Sevilla. Estudei Políticas Públicas (UFMG) e Marketing (ESPM). Publiquei matérias na Folha de S. Paulo, Superinteressante, O Globo e Veja e fui premiada pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos por reportagem especial de Direitos Humanos veiculada na UFMG Educativa.

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