Em abril de 2018, o Ministério da Educação (MEC) apresentou a versão final da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), uma proposta polêmica e que influencia toda a Educação Básica. O impacto maior é para o Ensino Médio e o vestibular, o que exige dos gestores da educação um cuidado maior com esse processo.
O projeto tem como propósito definir o currículo escolar de todas as instituições de ensino do País, da Educação Infantil ao Ensino médio. A iniciativa visa a fornecer o mesmo nível de ensino para os estudantes, independentemente de eles estudarem em escolas públicas ou privadas. Assim, a expectativa é que as desigualdades de aprendizado sejam diminuídas.
Apesar dos pontos positivos, há muitas dúvidas sobre o tema, inclusive sobre a formação de professores. De modo geral, as escolas ainda não estão preparadas para as mudanças, mesmo depois dos diferentes eventos realizados para debater o assunto.
Então, o que fazer diante desse cenário? O ideal é entender mais o que é a Base Nacional Comum Curricular, como ela afeta a sua instituição de ensino e como se preparar. É o que veremos a seguir.
Confira!
O que é a BNCC e quais serão seus impactos no ensino?
Esse projeto foi elaborado a partir de um processo democrático e colaborativo, iniciado pelo MEC em 2015. Entre setembro deste ano e março de 2016, foi realizada uma consulta pública. Na época, mais de 12 milhões de contribuições foram feitas.
Uma nova versão foi desenhada e passou por análise de gestores, alunos e professores de todos os estados. Outras nove mil sugestões foram sistematizadas e deram origem à versão final, apresentada em 2018.
O MEC homologou o documento ainda em dezembro de 2017. Em abril de 2018 foram apresentadas algumas mudanças. O documento final apresenta como características:
- flexibilização dos currículos para permitir carga horária mínima para algumas áreas de conhecimento e possibilidade de período de aprofundamento para disciplinas de interesse dos alunos;
- aumento da carga horária curricular de 2,4 mil horas para 3 mil horas, uma média de cinco horas por dia;
- definição de que 1,8 mil horas serão destinadas a disciplinas comuns e o restante para aprofundamento do aprendizado.
No Ensino Médio, apenas Matemática e Língua Portuguesa são disciplinas obrigatórias durante todo o Ensino Médio. As restantes são opcionais na segunda parte do estudo. Além disso, o aluno terá a possibilidade de escolher entre cinco itinerários formativos:
- Língua Portuguesa e suas Tecnologias;
- Matemática e suas Tecnologias;
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
- Ciências Humanas e suas Tecnologias;
- Formação Técnica e Profissional.
Com a mudança no executivo federal em 2018, ainda sabe-se pouco sobre possíveis mudanças na BNCC. Mas, apesar disso, o MEC já anunciou alterações no Enem 2020, que deverá ter um novo formato. A ideia é se adequar à Base Nacional Comum Curricular.
O que muda no Enem e no Ensino Superior com a BNCC?
O MEC não divulgou quais serão as mudanças efetivas no Enem 2020. Contudo, já existe uma expectativa nesse sentido, inclusive com relação aos vestibulares, que devem acompanhar a tendência.
Por enquanto, o que foi discutido por especialistas é o fato de os vestibulares e o Enem, que têm prova única, não serem mais adequados a essa realidade. Como os estudantes verão conteúdos diferentes, o sistema precisará ser reformulado.
O que se espera é que os testes sejam concentrados nas três disciplinas comuns de estudo: Português, Inglês e Matemática. No entanto, é provável que — com o tempo — sejam criadas provas com ênfases diversas, a partir da escolha dos estudantes.
É um modelo similar ao já praticado por instituições de ensino particulares, que, em alguns casos, aplicam uma lógica semelhante na segunda fase ao segmentar o conteúdo a partir do curso escolhido pelo aluno.
Além disso, o nível de dificuldade do Enem deve aumentar. Como a carga horária em sala de aula ganhará um incremento, o conhecimento cobrado dos estudantes tende a ser maior.
Ensino Superior
As universidades também precisarão se adequar à Base Nacional Comum Curricular. Apesar de as mudanças se referirem à Educação Básica, os impactos chegam até o Ensino Superior. Isso acontece porque os alunos estarão mais preparados e focados para a área de atuação que escolheram. Portanto, devem ter um conhecimento mais amplo.
A maior parte das mudanças deverá ocorrer nos semestres iniciais do curso, em que costumam ser ofertadas disciplinas introdutórias e que têm o objetivo de nivelar o conhecimento da turma. Como todos verão os mesmos conteúdos, essas etapas deixam de ser necessárias.
Como se preparar para a BNCC?
O Enem é uma avaliação que requer tempo de preparo. Desde seu lançamento, em 1998, várias mudanças foram implementadas. Em boa parte delas, o receio era de que os alunos não seriam capazes de se programarem e participarem em condições adequadas.
O temor, porém, não se concretizou. Na verdade, a prova se consolidou e as instituições de ensino fazem diferentes testes e simulados para preparar os alunos.
Agora, o medo reaparece com a BNCC e fica a dúvida: como se preparar? Confira algumas dicas úteis que preparamos!
Estude a BNCC
A equipe docente precisa reservar um tempo para ler o documento com profundidade e analisá-lo em todos os seus detalhes. É preciso atentar à concepção de aluno, professor e aprendizagem. Somente depois disso é possível compreender a organização da Base Nacional Comum Curricular.
Relacione as competências gerais e específicas às habilidades
O novo formato curricular é dividido em competências, que precisam ser entendidas e relacionadas. É necessário compreender a lógica de construção dos conceitos científicos a partir de atividades e processos.
O foco em habilidades traz a possibilidade de avanços conceituais, com articulação entre os componentes curriculares. A ideia é mostrar que o conhecimento está interligado. Por exemplo, na parte de Ciências, existem três eixos temáticos, que precisam ser relacionados: matéria e energia, terra e universo, e vida e evolução.
Prepare aulas que incentivem o aluno a ter uma postura proativa
A base curricular propõe um ensino que coloquei o aluno como protagonista. Ele deve ter uma postura investigativa, enquanto o professor encaminha a aula e direciona o aprendizado. Por isso, o docente deve ser capaz de lidar com mudanças que ocorrem durante o processo e saber gerenciar as atividades para que o conhecimento seja construído de maneira colaborativa e em rede.
Esteja em constante atualização
A Base Nacional Comum trabalha os conteúdos em espiral. Isso significa que as habilidades se complexificam com o passar dos anos com o propósito de garantir o avanço conceitual. Os professores devem estar preparados para cobrar conteúdos relacionados, que façam parte do mesmo objeto de conhecimento. É preciso ainda cobrar para que os estudantes façam essa comparação.
Use a tecnologia para criar simulados
A escola precisa reinventar seus simulados e o treinamento para o vestibular, como indicamos anteriormente. Com soluções apropriadas, como o Prova Fácil, você identifica as competências, habilidades e dificuldades dos estudantes para saber o que precisa focar.
O app também fornece dados que permitem ajustar a estratégia adotada para tornar as avaliações mais acertadas e garantir que os alunos melhorem cada vez mais. Isso acontece porque é uma ferramenta de gestão de avaliações que facilita a definição de critérios conforme o Enem e a Base Nacional Comum.
Seguindo essas dicas, sua escola estará preparada para as mudanças que serão implementadas com a BNCC. Lembre-se de que as alterações foram feitas para que as instituições de ensino se aproximem do mercado de trabalho. Por isso, é essencial fazer avaliações constantes para que os estudantes estejam prontos para se destacarem.
Agora que você já entendeu o que é a BNCC e como ela impacta o ensino, que tal saber mais sobre o uso da tecnologia. Veja como levar o Prova Fácil para sua instituição e aproveitar os benefícios!