As provas são importantes ferramentas de aprendizagem, por isso costumam tomar grande tempo da rotina escolar – tanto dos professores, que passam horas preparando-as, quanto dos alunos, que passam o tempo se preparando para elas. Mas esse tempo pode ser melhor aproveitado se a prova for preparada em conjunto.
Maneiras de corrigir
A nota é o que os alunos mais esperam após um teste, mas será que ela realmente demonstra o aprendizado do estudante? As provas fornecem diversos elementos mais relevantes para a avaliação do desempenho das turmas, e, para encontrá-los, é preciso que os critérios de correção sejam definidos com esse objetivo.
Analisar se o estudante se embaralhou durante uma conta, mas fez o restante da resolução corretamente, seu nível de aprendizado é diferente daquele que errou toda a resolução, por exemplo. Fazendo esse tipo de avaliação, é possível saber se um aluno tem problemas com a matéria ou de falta de atenção, e também é possível identificar em qual ponto a maioria da turma está tendo dificuldades.
Trabalho em equipe
Uma forma eficiente de garantir que os resultados dos alunos não sejam resumidos a números é que a coordenação pedagógica da escola solicite que os professores produzam relatórios com um registro completo do aprendizado dos alunos: informações sobre a aprendizagem dos conteúdos, dos procedimentos e das habilidades e não apenas as notas e os conceitos.
Para isso, é interessante que sejam realizados encontros de formação com a equipe, a fim de discutir a função das avaliações e definir os critérios de correção que devem ser seguidos por todos os professores da instituição.
Neste encontro, é interessante que cada professor leve uma prova elaborada por ele e respondida por um aluno, para analisar questões como: o aluno demonstrou familiaridade com o conteúdo na elaboração da resposta? Está claro quanto o aluno sabe sobre o tema? Há pistas sobre as dificuldades enfrentadas por ele? Quais os possíveis motivos para os erros cometidos?
Essa análise deve ser feita por todos os professores em conjunto, a fim de que, juntos, possam chegar a um conjunto de critérios de correção unificado e formas pelas quais os problemas diagnosticados podem ser ser incluídos no planejamento das aulas seguintes. Essa coerência entre as disciplinas é importante para que os alunos sintam que a escola adota o mesmo padrão de correção em todas as áreas e que eles estão sendo avaliados com consistência.
Para garantir coerência na avaliação, é importante que haja um acordo entre a equipe sobre alguns pontos básicos, como:
- Certo, meio certo ou errado?
Se o resultado está errado, mas o raciocínio está certo, como a questão será avaliada?
- A cor da caneta
Embora o vermelho seja a cor tradicional de correção, ela traz uma conotação negativa por sempre ser utilizada apenas para evidenciar erros, assustando o aluno.
- Os erros devem ser apontados na própria prova?
As explicações do porquê a resposta do aluno está errada e o caminho correto devem ser feitas à margem da prova, para que, posteriormente, ela seja uma fonte de consulta e estudo.
- Os erros de ortografia devem ser levados em consideração?
Se os erros cometidos em uma prova que não seja de Língua Portuguesa não interferirem na interpretação da resposta, os professores podem desconsiderá-los para os critérios de nota. No entanto, é importante sempre apontá-los, para que o aluno fique atento.
Defina junto com os alunos
Os alunos precisam estar cientes de quais são os critérios de correção até mesmo para saber como responder às questões. Quais pontos serão avaliados durante o teste? É preciso deixar claro todo o meu raciocínio, ou apenas a resposta final será considerada?
Assim como discutido com a equipe pedagógica, é importante deixar claro em sala de aula como as respostas dos testes serão avaliadas e que não é apenas a nota final que define o desempenho de aprendizagem dos estudantes. Eles devem estar cientes de que serão avaliados seu pensamento, as informações que ele tem, como as aplica ao problema e que caminhos usa para chegar à conclusão.
Momento de aprendizado
Após a entrega das avaliações, é preciso fazer uma retomada do assunto em sala de aula, dando destaque aos erros mais comuns cometidos pela turma. Dessa forma, a correção da prova torna-se um momento de aprendizado e fixação de conteúdos que não ficaram tão claros anteriormente.
Uma boa estratégia é reunir os alunos com suas provas em mãos e comentar questões que pareceram mais difíceis para o grupo com as devidas reflexões. Dar exemplos de boas resoluções e deixar que os alunos compartilhem suas respostas e dúvidas quanto ao seus erros é fundamental.
Também é extremamente importante dar atenção individual a alunos que não obtiveram o resultado desejado e ainda têm muitos questionamentos em relação à nota e Às suas respostas. Essa é uma oportunidade para acolhê-los, orientá-los e motivá-los para as novas etapas de aprendizado.
Fazer a correção com a turma é muito produtivo, e você deve passar mais tempo discutindo a prova do que corrigindo exercícios um por um. Afinal, essa é uma demanda de trabalho desnecessário e que pode pesar na rotina dos professores, principalmente em grandes simulados, como os preparativos do Enem.
A correção conjunta é uma ótima forma de preparar seus alunos para esse tipo de prova, mas quer saber outras formas? Leia nosso post com 7 dicas de aplicativos para preparar os alunos para o ENEM poupando tempo!
E você, como corrige suas provas? Compartilhe suas dicas com a gente nos comentários.