Os indígenas possuem várias contribuições para o povo brasileiro, e ensinar a importância dessa população para os alunos é mostrar o quanto essa cultura faz parte de nós.
Trabalhar a cultura indígena na escola. Você, educador, já se perguntou como mostrar o valor dos indígenas para a nossa cultura?
No dia 9 de agosto é comemorado o Dia Mundial dos Povos Indígenas, data marcada pela ONU para celebrar a cultura e importância desse povo para a sociedade.
Porém, a inclusão dessa temática não pode ser resumida a um único dia, uma vez que a educação indígena já é obrigatória no currículo escolar. Então, para saber como trabalhar a cultura indígena em sala de aula, acompanhe o artigo!
Os povos indígenas no Brasil e o currículo escolar
Sem dúvidas, os povos indígenas possuem grande relevância para a formação do Brasil contemporâneo. Entretanto, ainda assim esses povos são tratados de forma equivocada, restringindo sua existência ao dia do índio, em 19 de abril.
Primeiramente, a data mais precisa para essa comemoração é em 9 de agosto, data em que as Nações Unidas ressaltam o valor dos indígenas para a sociedade.
Afinal, a LDB/1996 já garantia o tratamento dessa temática no currículo escolar, determinando a abordagem da cultura indígena e afro-brasileira, acentuando sua contribuição social, econômica e política para a história do povo brasileiro.
Mais a frente, novos aparatos legais surgiram. As resoluções 10.639/2003, 11.645/2008 e CNE/CEB 02/2012 reafirmaram a aplicação do tema nas escolas brasileiras, desde a pré-escola até o ensino médio.
Dessa forma, com a legislação em vigor, é momento de os professores buscarem maneiras de trabalhar corretamente a cultura indígena na escola.
Para isso, algumas dicas são válidas. Conheça cada uma delas a seguir.
1. Cultura material e culinária
É relevante mostrar objetos e artefatos pertencentes aos povos indígenas, de modo que os alunos conheçam a rotina e hábitos de vida dos indígenas. Igualmente, é válido mencionar os alimentos típicos dessa população.
Também é importante reforçar o artesanato indígena, umas das principais marcas de representatividade dos índios. Por meio dessa arte, os indígenas expressam sua maneira de aproveitar os recursos naturais de maneira sustentável.
O objetivo de explicar esses novos termos é desconstruir a visão europeia, onde os índios são ligados a povos rebeldes, sem cultura e sem educação, fato este que não é verdade.
2. Youtubers indígenas
Com os jovens cada vez mais antenados no mundo da internet, inserir a figura de outros jovens pode ser um modo de trabalhar essa realidade, expondo a realidade de quem nasceu e/ou vive em terras indígenas.
Nesse sentido, alguns produtores de conteúdo digital se sobressaem e merecem destaque:
- Canal Wariu: Cristian Wari’u traz uma abordagem didática da cultura indígena;
- Ysani Kalapalo: Ysani fala sobre diversos assuntos sobre os povos indígenas, desde o surgimento até os dias atuais;
- Benicio Pitaguary: através de publicações semanais, Benicio Pitaguary mostra os detalhes da pintura de resto, famosa herança cultural dessa população.
3. Debates sobre produção indígena
Incentivar o debate acerca do dia a dia dos índios é primordial para conhecer melhor sobre como eles se constituíram e qual sua importância para nossa sociedade.
Neste sentido, podem ser levados textos e documentários para os alunos assistirem exporem sua opinião. Uma produção recente e atualizada é o “Falas da Terra”, da Globoplay, que contou com a produção de indígenas no roteiro, direção e produção como um todo, mostrando diferentes nuances dos indígenas hoje no país e sua ligação com o meio ambiente, trabalho e ancestralidade.
4. Contribuição para a Língua Portuguesa
Muitas palavras que falamos hoje são originárias dos povos indígenas. Deste modo, é interessante ensinar essas palavras de origem indígena aos pequenos para que eles aprendam a contribuição que estes povos têm sobre a nossa comunicação.
Uma excelente maneira de trabalhar as palavras é usando a musicalidade e a contação de histórias, principalmente nas séries iniciais, onde as crianças adoram esse tipo de atividade.
Aqui vale mencionar a influência da língua tupi-guarani e do macro-jê para o nosso linguajar. Abacaxi, amendoim, pipoca, samambaia e capivari são apenas alguns exemplos dessa interferência.
5. O indígena na atualidade
O último censo do IBGE revelou que havia aproximadamente 900 mil indígenas no território brasileiro, o que só mostra como esse povo constitui boa parte de nossa população.
Assim, por isso mesmo é que a cultura indígena em sala de aula precisa ser trabalhada continuamente no currículo educacional, devido sua enorme diversidade.
Nesse sentido, torna-se vital usar da interdisciplinaridade dos conteúdos, trazendo textos, músicas e outros recursos da cultura indígena para o estudo durante o decorrer do ano letivo, não somente em um único dia do ano.
Afinal, como trabalhar a cultura indígena na sala de aula?
Uma vez que a legislação educacional prevê a obrigatoriedade de inserir a cultura indígena em sala de aula, em todos os anos da educação básica. Porém, isso não quer dizer que a menção a essa população deve ser feita apenas nesta data
Isso porque a cultura indígena na escola pode – e deve – ser trabalhada de modo contextualizado, a partir da interdisciplinaridade.
Da mesma forma, não é apropriado realizar uma abordagem associada ao aspecto estereotipado de uma pessoa sem vestes, sempre caçando e dentro de uma oca. Não que existam índios assim, mas esse é apenas um dos diversos exemplos, dado que a diversidade cultura indígena é bem rica.
Logo, é fundamental expor o maior número possível de nações indígenas para os alunos conhecerem. Portanto, o ganho pedagógico dessa nova metodologia tem tudo para modificar os conceitos até então enraizados sobre os povos indígenas.
Ou seja, se a criança aprende desde cedo sobre a real contribuição desta nação para a sua cultura, possivelmente sua visão tende a não ser preconceituosa, uma vez que reconhece o valor dessa população para o Brasil.
Diante disso, para que os alunos tenham uma melhor aprendizagem sobre o assunto, a tecnologia pode ajudar em muito nessa tarefa, principalmente na associação da temática dentro das disciplinas.
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