Se preocupar em ofertar cursos EAD com qualidade é apenas o primeiro passo que a sua Instituição de Ensino Superior deve seguir.
Também é necessário estar atento às tendências para a educação a distância em 2023.
E isso vai desde conhecer os cursos mais procurados até estar atento ao que ocorre nos bastidores de Brasília e que pode afetar a vida das IES neste novo ano.
Abaixo, veremos alguns fatores que não podem escapar do seu radar.
Qual a perspectiva da Educação a distância em 2023?
Em 2018, uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES) dizia que teríamos cerca de 2.276.774 alunos matriculados no ensino a distância em 2023, o que corresponderia a 51% do total de estudantes.
Esse estudo não contava, porém, que haveria uma pandemia no caminho que impulsionaria a popularidade desta modalidade de ensino.
A previsão, portanto, é que o EAD continue crescendo e seja responsável por um número ainda maior das matrículas em IES no ano de 2023.
Quais cursos podem ter mais matrículas no Educação a distância em 2023?
De acordo com o Censo da Educação Superior 2021, divulgado em novembro de 2022, os cinco cursos com maior número de matrículas na modalidade de educação a distância são:
- Pedagogia: 557,2 mil
- Administração: 341,1 mil
- Contabilidade: 193,1 mil
- Gestão de pessoas: 170,4 mil
- Educação Física: 146,4 mil
Além destes, os cursos de Sistemas de Informação, Enfermagem, Serviço Social, Logística e Marketing completam o top 10.
Não há uma garantia que os números se mantenham idênticos no próximo ano, mas é o dado mais recente a ser divulgado e por onde as principais IES deverão se basear na hora de planejar o ensino a distância em 2023.
3 Pontos de atenção na oferta de EAD em 2023
Além de prestar atenção nas tendências e nos cursos mais procurados, questões legais e mudanças sociais que podem alterar o panorama da educação a distância em 2023 também devem estar no seu radar.
Veja algumas delas abaixo.
Lei de curricularização da Extensão
Um dos principais pontos para se atentar no que se refere à educação a distância em 2023 é a Lei da Curricularização da Extensão, homologada em 18 de dezembro de 2018, que passou a fazer parte do Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024.
A lei torna as atividades de extensão como parte obrigatória dos cursos de graduação, devendo cumprir alguns requisitos:
- Constar na matriz curricular do curso.
- Ocupar pelo menos 10% da carga horária dos estudantes.
- Estar integrada com as atividades de ensino e pesquisa, relacionadas ao curso.
- Possuir docentes especialmente selecionados para se responsabilizar pelas atividades de extensão.
Esses requisitos serão avaliados pelo Instituto Anísio Teixeira (INEP) para fins de autorização e reconhecimento dos cursos.
Os objetivos principais que justificam a importância da curricularização da Extensão são:
- Potencializar o engajamento dos alunos, através dos projetos de extensão.
- Fomentar o desenvolvimento social, através de atividades que unam a IES e a sociedade.
- Melhorar a captação de alunos e a reputação da Instituição de Ensino, através de ações de marketing voltadas para a Extensão.
Discussões sobre ampliação de cursos que podem ofertar EAD no Ministério da Educação
Organizações de renome divergem sobre cursos que podem e que não poderão ser ofertados no ensino a distância em 2023.
São os casos, por exemplo, do curso de Direito, o mais popular entre as graduações presenciais, e de cursos da área da Saúde, como Odontologia, Enfermagem e Psicologia.
Em setembro de 2022, o Ministério da Educação (MEC) decidiu suspender os processos de autorização, reconhecimento e renovação desses cursos, seguindo orientação das organizações especializadas, que temem a precarização do ensino.
Entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), por exemplo, consideram que o reconhecimento dos cursos EAD representa a precarização do ensino jurídico no país e contribui para a baixa taxa de aprovação no exame da Ordem, necessário para exercer a advocacia.
Ainda não há consenso se os cursos citados acima serão ou não liberados para o ensino a distância em 2023, nem mesmo se outros entrarão em discussão no futuro, portanto é fundamental estar atento às notícias divulgadas pelo MEC para garantir o planejamento da sua Instituição.
Garantia da acessibilidade na Educação a distância
Outra grande preocupação das entidades que enxergam com ressalvas a popularização do ensino a distância é a falta de acessibilidade no EAD.
Sabemos que muitos alunos ainda não têm acesso a uma internet de qualidade ou a equipamentos que lhes permitam estudar em casa.
Da mesma forma, pessoas com deficiência podem acabar sendo excluídas do ensino a distância, por não possuírem materiais adequados às suas necessidades.
O temor é que a popularidade do EAD acabe sufocando os cursos presenciais e prejudicando essas pessoas.
Portanto, é obrigação da IES:
- Não esquecer os investimentos no ensino presencial
- Investir na especialização e atualização dos profissionais do EAD, evitando demissões
- Buscar ferramentas de ensino a distância cada vez mais modernas e inclusivas, como é o caso do recurso Text to Speech, por exemplo.
Leia mais sobre o Text to Speech, uma das principais ferramentas para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência na educação a distância!
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