Quando o coronavírus ainda parecia um assunto distante e restrito à realidade chinesa, uma notícia tomou o mundo: eles conseguiram subir em 10 dias um hospital para combate ao Sars-COV-2. Pouco tempo depois, as notícias que pareciam sempre grandiosas vindas da China, tomaram outra proporção: a rapidez com que as universidades, forçadas a fecharem seus campi para barrar a disseminação, conseguiram migrar sua operação para o ensino online.
Universidades como Duke Kunshan e New York University, sediadas em Shangai, usaram de três semanas para migrarem para a operação online – tempo que avaliam que poderia ter sido ainda menor se a ficha tivesse caído antes de que as aulas não voltariam tão cedo.
Eles utilizaram de seminários on-line, recursos online, consultas individuais e bastante horas extras para, ao final, conseguirem migrar quase 500 disciplinas para o formato online. Segundo eles, tudo isso foi possível porque:
- Eles já possuíam uma coleção de plataformas e ferramentas de tecnologia da informação e pedagogias já em treinamento.
- Realizaram treinamentos para utilização dessas ferramentas e métodos para mais de cem professores em curto espaço de tempo
A aceleração desse processo para o online foi também possibilitada porque, no contexto da crise provocada pelo coronavírus, a China decidiu flexibilizar a educação online nos cursos de graduação para que os alunos não fossem prejudicados em seu ano acadêmico. Nesse cenário, 88% do corpo docente declarou não ter tido ainda experiências significativas com o ensino online.
O que vem pela frente, eles ainda não têm clareza. Mas já sabem que, após essa experiência, os professores universitários estão agora capacitados para darem aula em qualquer cenário.
E no Brasil?
A crise do COVID-19 também acometeu as escolas e universidades brasileiras pouco tempo depois do ocorrido na China. Foi próximo do dia 18 de março que, uma a uma, escolas privadas, públicas e universidades foram anunciando a paralisação das suas aulas frente à ameaça de disseminação do coronavírus em nosso país. Talvez pela já existente flexibilização para o ensino EAD nas faculdades, muitas universidades mantiveram o calendário de aulas migrando para as plataformas online já adquiridas, mas essa não é uma realidade generalizada. Enfrentamos, ainda, os desafios de adaptar alunos, professores e administrativo das instituições de ensino ao evento que mais acelerou a transformação digital nas instituições de ensino do país.
Como a principal empresa de avaliações do país, podemos afirmar com tranquilidade que o ensino superior no Brasil tem se adaptado com relativa agilidade ao novo cenário. Por aqui, atingimos o número recorde de ter 116 mil alunos realizando provas online na nossa plataforma pela primeira vez em um intervalo de uma semana.
Reunimos alguns dos nossos dashboards para compartilhar com vocês. Afinal de contas, a educação não pode parar.
E a educação básica, como fica?
Especialistas já concordam que o maior desafio posto até o momento é para educação básica. Embora as tecnologias sejam lançadas sempre com usabilidade que possa ser “intuitiva até mesmo para crianças”, a prática das aulas online ainda eram uma realidade distante das escolas brasileiras – e, muitas vezes, também alvo de polêmicas. Com a mudança rápida de cenário devido à pandemia, muitos professores precisaram correr e agilizar o aprendizado e adoção de novas ferramentas para manterem o vínculo com os alunos neste período.
Ainda não há clareza de como serão as definições do calendário escolar ao final da quarentena, mas uma coisa já é certa. O ENEM vai acontecer. Pensando nisso, disponibilizamos um simulado online com correção TRI para as instituições de ensino treinarem seus alunos enquanto as aulas não voltam. Confira:
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