Principal aposta das escolas que tentam se adaptar ao século XXI, a tecnologia em sala de aula deve servir como uma ferramenta capaz de romper práticas educacionais adotadas nas últimas décadas e que hoje são consideradas ultrapassadas. Especialistas ressaltam que as ferramentas tecnológicas devem fazer parte do cotidiano de alunos e professores, desde que não sirvam apenas para replicar as práticas típicas do século XX.
Separamos opiniões de educadores renomados para que você possa se inspirar e transformar a rotina e os métodos adotados em sua futura escola moderna.
A aposta nas abordagens inovadoras
Apesar das várias possibilidades oferecidas pela tecnologia, muitas instituições de ensino têm se limitado a manter computadores com acesso à internet. Além de abrir mão de gerar impacto com outras ferramentas, garantir apenas o uso dos PCs pode apenas reforçar formas tradicionais de ensino, como métodos de aulas expositivas, que se limita a passar o conteúdo aos alunos. O diretor do grupo Lifelong Kindergarten, do Laboratório de Mídia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Mitchel Resnick, afirma que há uma diversidade enorme na hora empregar a tecnologia nas salas de aula.
Para ele, no entanto, é mais interessante criar abordagens inovadoras de ensino e aprendizagem. “Na sociedade atual, tudo muda rapidamente. Por isso, em nosso trabalho de pesquisa no MIT, pensamos que a tecnologia deve levar o aluno a ser um pensador criativo, se desenvolvendo por meio de trabalhos coletivos que envolvam a experimentação de novas formas de se relacionar com o mundo”, sugere Resnick.
Sem aulas, sem turmas e sem ciclos
Isso pode parecer impossível, se pensarmos que nosso sistema de ensino, hoje, é baseado na divisão dos alunos por faixa etária, em turmas e série. No entanto, essa experiência já é realidade em alguns lugares do mundo. É o caso da Escola da Ponte, em Portugal, que completou 40 anos. As mudanças surgiram da observação de professores de que por mais que as aulas fossem bem dadas, os alunos não estavam aprendendo o conteúdo ensinado pelos docentes.
Educadores como José Pacheco passaram, então, a introduzir algumas metodologias, técnicas e espaços de convivência e, dessa forma, alterar o envolvimento do aluno com a escola. E, principalmente, investir no que se chama de “trabalho em equipe”.
“Passamos de uma cultura de solidão para uma cultura de equipe, de corresponsabilização. Essa reelaboração da nossa cultura pessoal e profissional custou tempo e sofrimento. Decidimos habitar um mesmo espaço, derrubar paredes, juntar alunos. Compreendemos que sozinhos não poderíamos ensinar tudo a todos. Mas, se estivéssemos em equipe, com um projeto e autonomizássemos o ato de aprender, poderíamos responder efetivamente às necessidades de cada jovem. Ao fim de oito anos estava já a escola toda com um modelo diferente”, conta Pacheco.
Autorregulação da escola para uma educação do futuro
O educador português Rui Canário, que estuda os métodos de educação de diversas partes do mundo afirma que todos os países enfrentam dificuldades semelhantes como a ineficiência no ensino, analfabetismo funcional e desinteresse dos alunos com relação ao que é ensinado em sala de aula. Segundo o professor, independentemente do contexto econômico ou social em que está inserida a escola, ela pode atingir bons resultados.
Segundo ele, toda instituição de ensino tem capacidade de se autorregular, ou seja, criar alternativas, romper obstáculos e apresentar saídas para problemas que, aparentemente, possam parecer insolúveis.
“Muitos afirmam que o descaso dos alunos impede a escola de ser eficiente. Em vez de se conformar, que tal incentivar a criação de projetos que possam ser desenvolvidos pelos educandos, tratando-os como capazes de produzir e não como aprendizes que só têm a receber? É difícil não haver engajamento quando as pessoas se tornam sujeitos e atribuem um sentido positivo ao trabalho que realizam. O que parecia um obstáculo – a falta de envolvimento – virou um caminho para atingir os objetivos”, afirma Rui Canário.
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