Você provavelmente já ouviu falar sobre formação integral, não é? Afinal, essa é uma concepção que aparece com destaque na BNCC, documento central para definir o conjunto de aprendizagens essenciais que os alunos devem adquirir durante a Educação Básica.
Porém, a concepção da formação integral do aluno ainda precisa ser mais debatida entre as instituições de ensino, pois se mostra capaz de melhorar significativamente a qualidade dos processos educacionais e, por consequência, a formação de indivíduos melhor preparados para as demandas da sociedade.
Neste contexto, devemos destacar também a importância das avaliações na formação integral, as quais têm por objetivo verificar se seus objetivos estão sendo atingidos ou não, bem como pontuar o que deve ser melhorado neste processo.
Nos acompanhe na leitura para entender mais sobre tal concepção, sua relação com a BNCC e porque ela merece ser colocada em prática em sua instituição de ensino.
O que é formação integral?
É uma concepção que visa desenvolver os alunos em todas as suas dimensões formativas, o que proporciona um aprendizado muito mais completo do que quando se foca apenas nos caráteres intelectual e cultural, por exemplo.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem uma seção voltada à formação integral, e uma nota no documento afirma que, na história educacional brasileira, as primeiras referências à concepção aparecem na década de 1930, no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova e em outras correntes políticas da época.
Porém, há que se ressaltar que nem sempre havia um entendimento em comum sobre essas referências, o que acabou por deixar sua definição um pouco abstrata.
Hoje, porém, temos maior clareza em relação a este assunto, como vemos no “Caderno 1 – Currículo e Educação Integral na Prática: Uma referência para Estados e Municípios”, do Centro de Referências em Educação Integral (CREI), com apoio do British Council e da Fundação SM.
Ele traz um resumo das dimensões que se visa desenvolver em conjunto dentro da formação integral, que são as seguintes:
- Dimensão cultural: está relacionada à apreciação e ao desfrute de diferentes culturas, questões identitárias, da produção cultural em diferentes linguagens e ao respeito de diferentes práticas, perspectivas e costumes sociais.
- Dimensão emocional (ou afetiva): diz respeito às questões do autoconhecimento, autoconfiança e capacidades de realização própria e interação na alteridade, além das possibilidades de se reinventar e se sentir pertencente a algo.
- Dimensão física: a compreensão das questões do corpo, como a atenção à saúde, o autocuidado, a potência e a prática de atividades físicas e motoras.
- Dimensão intelectual: diz respeito à apropriação de linguagens, códigos e tecnologias, ao exercício da lógica e da análise crítica, à capacidade de acessar e produzir informações e à leitura do mundo sob uma ótica crítica.
- Dimensão social: está relacionada à compreensão de questões sociais, ao exercício da cidadania e à participação do indivíduo na sociedade, além do conhecimento de seus direitos e deveres.
Por vezes, a concepção de formação integral também pode ser definida como educação integral.
Formação integral e educação em tempo integral são a mesma coisa?
Não. Essa é uma confusão comum, mas, basicamente, a única semelhança está nos nomes dos termos.
A formação integral (por vezes educação integral) diz respeito ao desenvolvimento conjunto de várias dimensões de um indivíduo, ao passo que educação em tempo integral consiste em um maior período dentro da escola, em uma jornada que pode chegar a até nove horas e meia, por exemplo.
Embora a educação em tempo integral abra mais possibilidades para a formação integral, os conceitos possuem significados diferentes. Nem toda jornada integral contempla uma educação integral propriamente dita.
Formação integral e BNCC: qual a relação?
Direta e intrínseca. Não apenas a Base Nacional Comum Curricular menciona o tema como tem uma seção dedicada a ele, chamada de “O compromisso com a educação integral”, localizada nas páginas 14 e 15 do documento.
O documento afirma que “Nesse contexto, a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral”, o que deixa clara a importância do tema.
Há outra seção que julgamos interessante citar aqui, que diz o seguinte:
“Independentemente da duração da jornada escolar, o conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea.”
Portanto, como todas as escolas devem ter como intuito seguir as diretrizes da BNCC, isso também deve passar pela implementação de técnicas e práticas que possibilitem a formação integral de seus alunos.
Como as avaliações podem (e devem) se adaptar à educação integral?
Tal adaptação é indispensável. Afinal, avaliar é uma necessidade, não sob a simples ótica de atribuir notas, mas sim em um ponto de vista mais holístico, que considera diferentes variáveis e, assim, visa verificar a progressão no processo de ensino-aprendizagem e a identificação de eventuais dificuldades da turma.
Quando se pensa no ensino mais “tradicional”, que não considera uma formação integral, é comum vermos um foco maior na dimensão intelectual, além de um foco menor na dimensão cultural e social.
Neste contexto, são realizadas avaliações para buscar entender a evolução dos alunos, o que pode parecer um pouco mais simples em um primeiro momento, já que são aspectos tangíveis e mensuráveis com maior facilidade.
Quando pensamos na formação integral do aluno, porém, temos um leque com cinco diferentes dimensões, algumas delas menos facilmente mensuráveis, como o que tange aos aspectos emocional e físico, por exemplo.
Porém, mesmo que haja essa dificuldade, as avaliações são indispensáveis na formação integral do aluno, já que é importante compreender como anda seu progresso para ajudá-lo a se desenvolver tanto quanto possível.
Como adaptar as avaliações à formação integral do aluno?
Depois de entender a importância, chegou a hora de saber como colocar isso em prática. Algumas sugestões interessantes são as seguintes:
- Diversificar o processo avaliativo. Há uma série de tipos de avaliação da aprendizagem. A mais comum é a avaliação somativa, mas também pode-se optar pela cumulativa, diagnóstica, formativa e às autoavaliações, por exemplo. Afinal, o importante é avaliar, seja qual for o tipo escolhido.
- Avaliar além das provas. Alinhado ao que comentamos acima, é importante mencionar que nem todas as avaliações precisam recorrer a provas propriamente ditas. Por meio da avaliação diagnóstica, torna-se possível avaliar até mesmo em entrevistas com os alunos ou por meio de sua observação na turma.
- Investir na capacitação dos professores. Para que os docentes tenham uma compreensão mais ampla sobre os diferentes processos avaliativos, é importante investir em capacitações e atualizações, de modo que eles aprendam como é possível avaliar além das provas, como comentamos nos dois pontos anteriores.
- Contar com o auxílio da tecnologia. Embora as provas e atividades não sejam as únicas formas de avaliar, elas continuam sendo bem importantes no processo de ensino-aprendizagem, e nada melhor do que contar com soluções modernas, conectadas e inteligentes, capazes de ajudar os alunos, professores, coordenadores, diretores e todos os envolvidos, como as soluções da Prova Fácil, por exemplo.
Avaliações: organismos vivos e mutáveis de acordo com as transformações na educação
Avaliar é essencial na educação, e não poderia ser diferente quando falamos na formação integral do aluno, algo que contribui diretamente em suas vidas, não apenas para passar de ano ou de semestre, mas principalmente para desenvolver os indivíduos nas diferentes dimensões de suas vidas.
Na prática, isso contribui para um aprendizado que vai além das escolas, faculdades e instituições de ensino, já que ajuda os indivíduos em questões importantes de suas vidas cotidianas, do domínio intelectual ao conhecimento de suas emoções e a uma boa convivência em sociedade, por exemplo.
As avaliações se adaptam de acordo com as transformações na educação, quer por meio de diretrizes (como a BNCC), por demandas sociais ou pela adaptação ao mercado de trabalho, e não poderia ser diferente com a formação integral.
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