Mais que colocar em prática o ensino a distância, é preciso enfrentar os desafios existentes. Os principais estão relacionados à gestão do conhecimento no EaD. O objetivo é aumentar o engajamento e garantir um aprendizado real por parte dos estudantes. Como fazer isso?
É preciso adotar algumas boas práticas e saber o que significa, de fato, gerenciar o conhecimento na Educação a Distância. Como essa modalidade tem características específicas, é preciso considerar alguns questionamentos para encontrar as respostas corretas.
Para entender melhor esse cenário, vamos fazer uma reflexão neste post sobre como desenhar uma estratégia acertada.
O que é gestão do conhecimento?
A gestão do conhecimento é um conceito relacionado à aplicação de novas tecnologias para aumentar o aproveitamento do capital intelectual de alunos e professores. Ele é empregado no ambiente corporativo, mas também pode ser voltado para o educacional. Em ambos os setores, abrange os vieses explícito e tácito.
O primeiro é documentado e formal. Por isso, fornece informações confiáveis e rápidas, que conectam coordenadores e gestores em prol da qualidade do ensino. Por sua vez, o conhecimento tácito é pessoal e, portanto, subjetivo. Essa peculiaridade o torna mais difícil de compartilhar, porque tem a ver com insights e opiniões.
Para envolver os dois aspectos, é preciso trabalhar a criação e manutenção de repositórios de conhecimento. Eles também devem facilitar o compartilhamento do aprendizado, a fim de agregar valor e permitir ao estudante ser um personagem central no processo de ensino.
Quais desafios ultrapassar?
O aumento do número de matrículas e de polos na Educação a Distância é significativo e tende a permanecer nos próximos anos. Somente nos cursos de licenciatura, foi verificada uma elevação de 1.500% de 2005 para 2016. O número passou de 34,9 mil para 559,6 mil alunos.
Em relação ao total de matrículas, o crescimento foi de 17,6% entre 2007 e 2017, o maior desde 2008. No ano mais recente, o Brasil tinha 1,8 milhão de ingressos nessa modalidade. Boa parte desses resultados é derivada da flexibilização das regras do governo federal.
Desde a publicação do Decreto 9.057 — que mudou as diretrizes e bases da educação —, os polos podem ser criados ainda que a instituição de ensino trabalhe somente com EaD. Antes, era exigido ter cursos presenciais. O processo de autorização também mudou e passou de dois anos para aproximadamente seis meses.
Esse cenário, ainda que positivo para muitas IES, pode gerar uma situação complexa. Muitos gestores optam por terceirizar a produção de conteúdo. Nesse caso, os materiais são elaborados por empresas especializadas, que atendem a diferentes universidades.
Essas empresas, porém, apresentam três principais problemas:
- conteúdos genéricos e que ignoram a realidade e o nivelamento dos alunos. Isso acontece porque os professores e profissionais que trabalham com os materiais são externos à instituição de ensino. Por isso, desconhecem o contexto dos educandos;
- distância do conteúdo abordado em sala de aula, já que os materiais nem sempre são produzidos por professores qualificados e com experiência. Além disso, o conteúdo é escrito por docentes sem relação com a instituição de ensino;
- foco em escala, não em personalização. Em outras palavras, o objetivo é massificar o conteúdo, em vez de produzir com qualidade e com base nas necessidades dos estudantes..
Devido a esses fatores, a evasão no EaD é um fator de risco — e também um dos principais desafios da modalidade. A entrega de materiais pasteurizados e sem personalização faz que o estímulo à pesquisa e ao aprofundamento seja deixado de lado. O resultado são alunos desengajados e, muitas vezes, com dificuldades de acompanhar o conteúdo..
Por esse motivo, o índice de evasão no EaD chega a 34,3%, segundo dados do Mapa do Ensino Superior no Brasil 2019. Como mudar o contexto apresentado? Além de garantir a qualidade do ensino, é preciso considerar alguns questionamentos. Essas perguntas devem nortear o trabalho para ser possível encontrar as respostas adequadas. Veja.
- Como documentar os processos e as oportunidades de melhoria?
- Como manter os docentes conectados e aprimorar o processo de ensino-aprendizagem?
- Como trazer a personalização à sala de aula?
Com a elaboração terceirizada dos materiais, é impossível manter o controle sobre essas questões. Por outro lado, ao manter esse processo interno, há mais possibilidades.
O uso da tecnologia para alcançar os objetivos esperados
As mudanças implementadas pela transformação digital mudaram a educação. Os processos se tornaram digitalizados e, mais que isso, os indivíduos permanecem conectados por meio de plataformas e redes digitais. Ainda que esses aspectos sejam primordiais para o ensino a distância, eles permitem ir além.
Com um repositório único para todas as questões criadas e a consequente avaliação e aprovação pelos coordenadores pedagógicos, é possível garantir a centralização do conhecimento. Em outras palavras, há a unificação do registro do desempenho dos estudantes, o que permite saber quais perguntas são apropriadas e quais deveriam ser modificadas.
Além disso, são gerados relatórios com informações relevantes, que permitem identificar os resultados alcançados pelos professores de maneira individual. Dessa forma, são traçadas estratégias para aperfeiçoar o ensino-aprendizagem e a construção do conhecimento.
Um exemplo é quando se percebe que mais da metade dos alunos de determinada turma EaD apresentou dificuldades nas questões relacionadas ao assunto X. Nesse caso, o docente tem a chance de revisar o conteúdo, passar leituras complementares, aplicar exercícios e até novas avaliações.
Por sua vez, se o coordenador pedagógico perceber que os alunos sempre têm dificuldades nas disciplinas ministradas por determinado professor, é o momento de revisar esse aspecto e, talvez, trocar o docente.
Perceba que todos esses dados levam a uma tomada de decisão mais precisa. Em vez de agir sem considerar a performance alcançada pelos alunos, você tem a chance de promover as mudanças necessárias e fazer a gestão do conhecimento no EaD de forma embasada.
Como aplicar a tecnologia para a gestão do conhecimento no EaD?
Assim como nos cursos presenciais, o EaD também exige o cumprimento de alguns critérios para fazer uma boa gestão do conhecimento. Um deles é a adoção de metodologias ativas, que colocam o estudante como personagem central do processo de aprendizagem.
Nesse caso, o aluno é incentivado a analisar a realidades e seus problemas para promover as mudanças e construir o conhecimento. O professor atua como mediador, porque apenas sinaliza qual caminho deve ser seguido para o alcance dos objetivos.
A personalização é outra estratégia importante. Ela permite colocar em prática os conhecimentos tácito e explícito, porque trabalha com o gerenciamento da conversação e interações sociais para levar à transferência de aprendizado durante essas atividades.
Ela ainda pode ser combinada à codificação para ser mais ampla. O propósito é focar a codificação, armazenamento e reuso do conhecimento, a fim de potencializar o ganho do conhecimento formal e padronizar as ações. A consequência é o aumento da eficiência e a documentação das atividades.
Por fim, a tecnologia ainda possibilita fazer a avaliação docente. Como os dados sinalizam o desempenho dos professores, essa é a oportunidades para coordenadores pedagógicos realizarem as mudanças necessárias a partir da performance atingida.
A ajuda do sistema de gestão de provas
Todos os aspectos abordados até aqui são abrangidos pelo sistema de gestão de provas. Essa solução favorece a elaboração de avaliações por fornecer um banco de questões inteligente, do qual é possível coletar diferentes perguntas para formar a prova a ser aplicada.
Para isso, são utilizados parâmetros definidos pela própria IES. Ao mesmo tempo, os exames podem ser aplicados com regularidade, como acontece na metodologia Team Based Learning (TBL). A prerrogativa, nesse caso, é separar os estudantes em grupos para encontrarem as soluções de maneira colaborativa. No EaD, esse método também pode ser aplicado, desde que adaptado para o contexto.
Assim, com o sistema de gestão de provas fica mais fácil elaborar avaliações que realmente ajudam na aprendizagem, a fim de realizar a gestão do conhecimento no EaD. O resultado é o alcance de melhores resultados e de um patamar diferenciado para sua IES.
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