5 Mulheres que transformaram a educação brasileira

Sumário

Conheça exemplos inspiradores de mulheres da educação e o que elas fizeram em prol de todo o sistema educacional.

Dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, data muito especial e que destacamos com todo o respeito e admiração para vocês, mulheres da educação brasileira.

A importância das mulheres na educação brasileira é enorme. De acordo com a “Sinopse Estatística da Educação Básica 2020”, elaborada pelo Inep, dos 2.189.005 de docentes da Educação Básica, 79,42% (1.738.512) são mulheres, ou seja, elas são pilares da construção educacional da população.

Em outros estágios da educação, o percentual de mulheres é o seguinte:

  • Creches: 97,37%
  • Pré-escola: 94,44%
  • Ensino Fundamental: 78,09%
  • Ensino Médio: 57,77%
  • Educação Profissional: 50,19%
  • EJA (Educação de Jovens e Adultos): 63,02%

Portanto, fica claro aqui que as mulheres na Educação Básica são maioria. Porém, a situação se inverte quando olhamos para outros níveis de ensino, como mostra a “Sinopse Estatística da Educação Superior 2019”, também elaborada pelo Inep.

Ao analisar o número de docentes, em exercício e afastados, do sexo feminino, temos os seguintes percentuais:

  • Rede pública: 45,18%
  • Rede privada: 48,16%
  • Total (redes pública e privada): 46,77%

Essa é uma disparidade que precisa ser combatida. Afinal, os maiores salários estão justamente no Ensino Superior, e quando temos uma população composta majoritariamente por mulheres (51,8% x 48,2%), de acordo com dados do IBGE, a distribuição poderia ser diferente.

Isso demanda uma transformação na educação brasileira, e não há dúvida de que as mulheres desempenham um papel imprescindível nisso.

Nós separamos aqui 5 mulheres que contribuíram diretamente com a educação brasileira. Continue conosco e sinta-se homenageada!

Mulheres na educação brasileira: 5 que entraram para a história

Com trajetórias tão poderosas, você terá ainda mais inspiração para continuar em uma profissão tão linda quanto a de professora!

1 – Anália Emília Franco (1853 – 1919)

Mais conhecida como Anália Franco, ela entrou em um Concurso de Câmara aos 16 anos e conseguiu ser aprovada para trabalhar como professora primária.

Anália trocou seu cargo na Capital de São Paulo por outro no interior, e em dada ocasião, alugou uma casa velha para servir como escola, pagando de seu próprio bolso um valor correspondente à metade de seu salário.

Para conseguir o dinheiro da alimentação, pedia esmolas pessoalmente, junto com seus alunos, que ela chamava, em seus escritos, de “meus alunos sem mães”.

Com uma grande visão de futuro, ela escreveu livros didáticos e pedagógicos, que existiam em pouco número em português, e ainda montou uma tipografia para imprimi-los.

Foram 71 escolas criadas por Anália Franco, além de albergues e asilos para crianças órfãs, entre outras instituições. Não à toa, ela recebeu, como homenagem, o título de “Grande Dama da Educação Brasileira”.

2 – Bertha Maria Júlia Lutz (1894 – 1976)

Mulheres na educação brasileira

Bertha Lutz foi uma das maiores feministas brasileiras, determinante para o movimento de igualdade de gênero no país.

Filha de um cientista e uma enfermeira, Bertha estudou Ciências Naturais na Universidade Sorbonne (França) e levou o que conheceu do movimento feminista inglês para o Brasil.

Em 1919, quando chegou ao Brasil, candidatou-se a um cargo público no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, mas teve sua inscrição negada por ser mulher.

Ela, então, fez um apelo à Justiça, com o respaldo de Rui Barbosa, e pôde fazer o concurso. Foi aprovada em primeiro lugar e trabalhou lá como professora por mais de 40 anos.

Em 1933, formou-se em direito pela Faculdade do Rio de Janeiro, e depois de 3 anos, assumiu seu primeiro cargo político, como primeira suplente depois da morte de Cândido Pessoa, deputado titular.

Seu trabalho político foi tão importante que ela se tornou uma das quatro mulheres escolhidas entre 850 pessoas para participar da redação da Carta das Nações Unidas.

3 – Débora Seabra de Moura

Mulheres na educação brasileira

Débora Seabra entrou para a história das mulheres na Educação Brasileira por ser a primeira professora com Síndrome de Down no país.

Ela sempre estudou em escolas da rede regular de ensino em Natal (RN), e assim que terminou o Ensino Médio, ingressou no curso de Magistério (de nível médio) na Escola Estadual Prof. Luiz Antônio, finalizando-o depois de 4 anos.

Débora chegou a ser agredida durante o curso e passou por situações constrangedoras junto aos colegas de classe. Ela até fez uma greve por decidir não entrar na sala para que fosse respeitada.

Escolhida como rainha da escola na festa de São João em seu último ano de magistério, ela foi homenageada no convite da formatura pela luta em prol da inclusão social.

Depois, Débora ainda fez estágios e cursos a distância para professores. Ela chegou até a ser homenageada pelo projeto “Donas da Rua da História”, da Maurício de Sousa Produções, quando se transformou em um personagem com os traços da Turma da Mônica.

4 – Êda Luiz

Mulheres na educação brasileira

Carinhosamente chamada de Dona Êda, ela foi diretora do Cieja Campo Limpo, escola de Educação Integrada de Jovens e Adultos, durante 20 anos, onde teve uma iniciativa que se transformou em um modelo de educação inovadora e inclusiva.

Isso, inclusive, levou ao reconhecimento de Escola de Educação Transformadora para o Século XXI, no ano de 2017, pela UNESCO, sendo uma das duas únicas escolas a receber o título no Brasil.

No Cieja, estudam pessoas de todos os perfis, de 15 anos em diante, de jovens expulsos das escolas de origem a trabalhadores que tiveram que abrir mão de seus estudos e estudantes que o ensino regular teve dificuldades de absorver, como cegos, surdos e portadores de necessidades especiais.

Sua iniciativa foi tão positiva que passou a ser adotada pelos outros 13 Ciejas, que passaram a adotar um projeto único.

Em 2018, quando chegou aos 80 anos, Êda se aposentou com a sensação de missão cumprida, mas ainda ajuda outras pessoas com toda a experiência que ela tem.

5 – Dorina de Gouvêa Nowill (1919 – 2010)

Mulheres na educação brasileira

Dorina perdeu a visão aos 17 anos de idade por conta de uma doença não diagnosticada. Ela, então, foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, além de ter conseguido a integração de outra menina cega em um curso regular na mesma escola.

Ela criou a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, em 1946, e em 1948, a Fundação recebeu, da Kellogg’s Foundation e da American Foundation for Overseas Blind, uma imprensa braile completa, com maquinários, papel e outros materiais, para produzir os livros.

Dorina colaborou para elaborar a lei de integração escolar, regulamentada em 1956, e dirigiu a Campanha Nacional de Educação de Cegos do MEC de 1961 a 1973. Ela também foi presidente do Conselho Mundial para o Bem-Estar dos Cegos, hoje União Mundial de Cegos.

Mulheres na educação brasileira: sustentáculos de sua existência

Desde a base até os níveis mais avançados, as mulheres foram, são e serão fundamentais para que a educação no Brasil continue crescendo e evoluindo a cada dia, o que é magnífico para todos os envolvidos e, por sua vez, para a sociedade em geral.

Fica aqui mais uma vez o nosso cumprimento às mulheres na educação, especialmente você, que está lendo este conteúdo. Deixamos também o convite para acompanhar nosso blog, que sempre traz novidades e conteúdos interessantíssimos sobre a educação brasileira. Seja bem-vinda e volte sempre!

Compartilhe este conteúdo:

Posts relacionados:

Inscreva-se em nossa Newsletter

Toda semana dicas e conteúdos educativos da Prova Fácil para você!