O que é cultura maker? Conheça este novo conceito e entenda porque ele merece ser aplicado em sala de aula

Sumário

Entenda como a cultura maker está mudando o dia a dia das pessoas e porque ela merece ser abordada na escola.

Você sabe o que é cultura maker? Pode ser que ainda não saiba, mas é questão de tempo até que tenha contato com essa novidade que já não é tão nova assim, de fato, mas está ganhando bastante espaço no cenário educacional.

Por ser um nome em inglês, algumas pessoas podem pensar que a definição seja muito complexa, o que felizmente não é verdade. Inclusive, mesmo que você nem tenha ideia do significado de cultura maker, pode ser que já aplique seus conceitos em sala de aula sem saber disso.

Nos acompanhe na leitura para aprender mais sobre este conceito que já é uma tendência na educação e que deve se manter assim por um bom tempo.

O que é cultura maker?

É uma subcultura contemporânea que representa uma extensão da cultura DIY (Do It Yourself, ou Faça Você Mesmo), porém baseada na tecnologia.

A cultura maker pode ser descrita como uma filosofia em que indivíduos ou grupos de indivíduos criam artefatos que são recriados e montados com o auxílio de softwares e/ou objetos físicos.

Em outras palavras, ela recorre à ideia de que todos podem criar, construir ou consertar objetos com as próprias mãos.

Um marco importante para a cultura maker foi a Maker Faire, inaugurada em 2006. De acordo com a revista Make:, ela é “[…] parte feira de ciências, parte feira de condado e parte algo totalmente novo.” A feira reúne mais de 200 mil pessoas todos os anos.

Alguns dos principais interesses entre quem participa da cultura maker estão diretamente relacionados com a engenharia, como os seguintes:

  • Artesanato;
  • Eletrônica;
  • Impressão 3D;
  • Marcenaria;
  • Metalurgia;
  • Robótica;
  • Uso de máquinas CNCs (Computer Numeric Control, ou Controle Numérico Computadorizado).

Essa subcultura enfatiza uma abordagem de “copiar e colar” para tecnologias padronizadas para os hobbystas (ou “amadores”) e encoraja a reutilização de designs publicados em sites e publicações voltadas aos criadores.

Um estudo da revista Make: e da Intel traz uma série de informações interessantes sobre o tema. Veja só:

  • Os makers se descrevem principalmente como hobbystas (48%), funileiros (36%), engenheiros (23%) e construtores (21%).
  • A maioria dos makers usou de quatro a cinco termos para descrever a si próprios.
  • O tipo de projeto mais comum entre os makers usa hardware e software (79%), como microprocessadores e impressão 3D, seguido por eletrônica, projetos divertidos, construção e jardinagem.

Qual é a importância da cultura maker?

Muito grande. Afinal, ela coloca as pessoas como protagonistas dos processos de criação, desenvolvimento e fabricação, não apenas como consumidores de conteúdos e informações.

A cultura maker se baseia fortemente na ideia do construtivismo, noção de que a aprendizagem é muito melhor quando se coloca a mão na massa. Ela já existe há tempos, como quando artesãos, ferreiros, carpinteiros e outros profissionais treinavam seus aprendizes com a prática.

De fato, não podemos afirmar que todas as pessoas aprendem melhor fazendo do que ouvindo, mas algumas realmente assimilam bem as informações dessa forma.

Basicamente, existem três diferentes tipos de aprender. São eles:

  • Aprendizado visual: pessoas que conseguem memorizar dados, nomes e outras informações com slides, diagramas, textos e outros recursos gráficos, preferencialmente em ambientes tranquilos.
  • Aprendizado auditivo: aqui estão as pessoas que aprendem melhor quando escutam o professor explicar e até quando repassam o conteúdo em voz alta. Audiolivros e podcasts são outras boas fontes de aprendizagem.
  • Aprendizado cinestésico: por fim, os aprendizes cinestésicos são aqueles que gostam de aprender fazendo, com a mão na massa. Laboratórios, experimentos caseiros e escolares e atividades em campo estão entre as principais fontes de aprendizagem.

A cultura maker estimula o aprendizado cinestésico, que nem sempre é tão abordado nas salas de aula, embora seja uma oportunidade de mostrar uma nova forma de se aprender.

Quais são os benefícios da cultura maker em sala de aula?

A adoção da cultura maker pode proporcionar uma série de benefícios. O assunto, inclusive, já motivou estudos científicos, como este publicado no periódico Technology, Pedagogy and Education.

Feito com participantes do quinto ano de uma escola finlandesa que participaram de um projeto de fabricação durante cinco dias, ele concluiu que os estudantes aprenderam várias coisas, como habilidades técnicas, língua inglesa e habilidades de estudo.

Há, porém, vários outros benefícios, como os seguintes:

  • Estímulo à autonomia. Ainda que as habilidades de trabalho em equipe também sejam desenvolvidas, o indivíduo percebe como é importante agir de maneira individual para a conclusão de seus projetos.
  • Agrega a prática à teoria. É importante que as escolas ensinem a teoria, mas seu aprendizado pode ser ainda mais intenso com o uso da prática, que fica evidenciado na cultura maker.
  • Desenvolvimento do pensamento crítico. A cultura maker recorre a projetos que podem ser replicados por outras pessoas, o que não significa que os indivíduos não encontrarão dificuldades e dúvidas. Isso é positivo, já que eles pensarão em várias possíveis soluções para aquele problema, o que desenvolve seu pensamento e raciocínio crítico.
  • Adequação às metodologias ativas. Muito se fala sobre essas metodologias, que colocam o estudante como protagonista de sua aprendizagem, e a cultura maker está perfeitamente alinhada com este conceito.
  • Preparação para os desafios do mundo. Nem todos os estudantes trabalharão no futuro como engenheiros ou profissionais que precisam literalmente colocar a mão na massa, mas o contato com esse tipo de aprendizagem os ajuda a saber como resolver desafios de sua vida pessoal, ou até mesmo abrem as portas para um novo hobby.

Como aplicar a cultura maker em sala de aula?

Oportunidades não faltam. Afinal, é possível aplicar uma abordagem multidisciplinar da cultura maker, com desafios e propostas que melhor se adequam a cada caso.

As escolas e instituições de ensino podem fazer o seguinte para transformar este conceito em realidade:

  • Feiras de ciências. Tão clássicas quanto interessantes, elas permitem que os estudantes repliquem as ações da natureza em projetos práticos.
  • Incentivo a trabalhos colaborativos. Muito além de colocar a mão na massa, o trabalho em equipe é um dos pilares da cultura maker. Logo, quando os estudantes atuam juntos em prol do mesmo objetivo, eles se tornam ainda mais preparados para esta cultura.
  • Uso da tecnologia. A importância da tecnologia na educação é muito grande, e não há como deixá-la de lado, já que os estudantes vivem em um contexto fortemente influenciado por ela. Logo, a adoção de recursos tecnológicos também pode ajudar as instituições de ensino rumo à cultura maker.

Leia também: Inovação na educação: sabemos que ela é necessária, mas o que faz uma escola ou IES ser inovadora?

Cultura maker: um novo método de aprendizagem

De fato, a cultura maker já era aplicada em sala de aula, das feiras de ciências a outros projetos tecnológicos em geral. Porém, trazer mais destaque para ela tende a ser bastante positivo para o presente e o futuro dos estudantes.

Em um mundo com fácil acesso à informação a qualquer instante, bastando apenas alguns toques na tela, é possível encontrar milhões de tutoriais e projetos de DIY, seja para construir objetos divertidos ou para solucionar questões importantes do dia a dia, e um primeiro contato na escola é muito bem-vindo.

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