Primeiro contato no Ensino Remoto entre professor e aluno: e agora?

Sumário

Assim como aconteceu durante o ano de 2020, o Ensino Remoto estará bem presente em 2021. Porém, há uma diferença significativa: o primeiro contato no Ensino Remoto será uma realidade para muitos.

Ainda que o ensino presencial tenha sido praticado por pouco tempo no ano passado, ainda foi suficiente para este primeiro contato “cara a cara”, com professores e alunos que dividiam o mesmo espaço presencial.

A continuidade da adoção do Ensino Remoto trará momentos novos e desafiadores aos professores. Será necessário demonstrar ainda mais dinamismo para estabelecer essas relações tão significativas com alunos que te acompanharão ao longo do quadrimestre, semestre, ano ou período letivo.

Se você iniciará (ou já iniciou) este ano na educação remota e está sentindo alguma insegurança em relação aos primeiros contatos com os alunos, seja qual for o nível de ensino em que atue, nós preparamos um conteúdo que deve te ajudar bastante a lidar com isso.

Qual é a importância dos primeiros dias de aula?

Enorme. Afinal de contas, depois do período das férias, os alunos precisam de bastante motivação para que se sintam engajados durante os próximos meses de aprendizado, e é nesses primeiros contatos que podemos instigá-los a aumentar seu interesse.

Esse relacionamento inicial já é um momento que pode trazer certa apreensão aos professores, e a situação só tende a ser potencializada pelo primeiro contato no Ensino Remoto, que inevitavelmente é diferente de ter os alunos ali, na sala de aula.

Ao olhar para a literatura, podemos ter incentivos poderosos para nos motivar a fazer o melhor possível mesmo dadas as atuais circunstâncias, o que será uma grande ajuda para que as aulas de forma remota sejam tão legais e interativas quanto as presenciais.

Ao olhar para a literatura, podemos ter incentivos poderosos para nos motivar a fazer o melhor possível mesmo dadas as atuais circunstâncias, o que será uma grande ajuda para que as aulas de forma remota sejam tão legais e interativas quanto as presenciais.

O tema, inclusive, já foi motivo de artigos científicos, como vemos em “The First Days of School in the Classrooms of Two More Effective and Four Less Effective Primary-Grades Teachers” (Os primeiros dias de aula nas salas de dois professores mais eficazes e quatro menos eficazes nas séries primárias).

Ao olhar para a literatura, podemos ter incentivos poderosos para nos motivar a fazer o melhor possível mesmo dadas as atuais circunstâncias, o que será uma grande ajuda para que as aulas de forma remota sejam tão legais e interativas quanto as presenciais.

O tema, inclusive, já foi motivo de artigos científicos, como vemos em “The First Days of School in the Classrooms of Two More Effective and Four Less Effective Primary-Grades Teachers” (Os primeiros dias de aula nas salas de dois professores mais eficazes e quatro menos eficazes nas séries primárias).

Publicado no periódico The Elementary School Journal, o estudo observou seis professores de escolas públicas e particulares.

Os 2 professores que tiveram resultados mais efetivos fizeram mais para estabelecer rotinas e procedimentos no início do ano que os demais. E isso se manifesta quanto estes 2 docentes:

  • Ofereceram atividades mais engajadoras;
  • Ofereceram leituras e escritas introduzidas com bastante entusiasmo;
  • Indicaram expectativas mais altas;
  • Elogiaram realizações específicas dos alunos;
  • Destacaram quando alunos específicos estavam se comportando de maneira louvável;
  • Incentivaram a auto-regulação dos alunos.

Leia também: Como engajar os alunos nas aulas online do Ensino Superior?

Como o ensino remoto em tempos de pandemia mudou a forma de se relacionar com os alunos?

Ainda que pareça um pouco óbvio, a principal diferença foi o distanciamento social. Afinal, mesmo onde as aulas não tenham sido interrompidas, o fato de os professores e seus alunos não compartilharem o mesmo local físico tem um peso significativo.

O “simples” fato do contato se dar por meio de telas ao invés do contato olho a olho já tem grandes implicações emocionais e psicológicas, como mostrou André Spicer, especialista em comportamento organizacional, em um artigo para o portal Fast Company.

Vários pontos interessantes foram levantados no artigo, além de outros estudos e artigos comentados por Spicer. Veja só:

A “fadiga do Zoom”

Spicer diz que é inegável que plataformas como o Zoom são muito úteis, mas que todo esse tempo gasto em videochamadas tem seus problemas. Nós conseguimos nos conectar com outras pessoas, mas ainda assim podemos nos sentir cansados e vazios.

Ao mesmo tempo em que nos traz alguma semelhança com a vida normal, ela pode fazer com que os relacionamentos pareçam irreais.

Inclusive, este sentimento gerou conversas sobre uma nova aflição psicológica: “Zoom fatigue”, ou “fadiga do Zoom” em nosso bom português.

A exaustão emocional trazida pelas videochamadas

Além do psicológico, as videoconferências também podem ser emocionalmente exaustantes, e aqui temos um exemplo que se encaixa perfeitamente no contexto educacional.

Ele pode ser visto no artigo “Communication via Videoconference: Emotional and Cognitive Consequences of Affective Personality Dispositions, Seeing One’s Own Picture, and Disturbing Events”, publicado no periódico Human-Computer Interaction.

O estudo, focado na interação entre aluno e professor, concluiu que quando um teste oral era realizado por meio de videochamadas, alunos que já tinham predisposição a sentir ansiedade ficaram ainda mais ansiosos do que em testes presenciais, face a face.

A consequência disso foi um desempenho inferior nos testes. Sua ansiedade aumentou quando eles conseguiam ver suas imagens na tela.

Saiba mais: Ensino Online x Ensino Remoto: estamos prontos?

Afinal, como ter um bom primeiro contato no Ensino Remoto?

Antes de tudo, cabe relembrar: o MEC autorizou aulas não presenciais até dezembro de 2021. Sendo assim, além do primeiro dia de aula do início do ano, ainda é possível que você tenha outros primeiros dias de aula no decorrer de 2021, como em próximos quadrimestres e semestres.

É natural que este momento traga uma dose de apreensão, já que a situação é totalmente diferente do que a maioria dos educadores e alunos estão acostumados. Porém, felizmente, há algumas dicas que podem ser colocadas em prática para melhorar este contato. Veja só:

Tenha um encontro antes da primeira aula para explicar como o processo funcionará e mostre como a família é importante

Que tal combinar uma reunião virtual antes da data para dizer como as aulas funcionarão?

Nela, deixe claro para os pais e responsáveis que sua participação é muito importante para alinhar as expectativas e mostrar como eles também podem ajudar neste processo. No caso de alunos mais velhos, eles próprios podem participar da reunião.

É interessante que a reunião seja leve, breve e direta, de modo a não se tornar um momento cansativo. Assim, você deixa tudo às claras sem ter que usar um dia de aula para as orientações.

Envie um convite personalizado para a primeira aula remota

Às vezes, as aulas remotas podem trazer um certo grau de impessoalidade. Para conseguir amenizar isso, vale enviar um convite personalizado para que os alunos possam participar da primeira aula remota.

Não precisa ser algo muito elaborado: basta ter o nome da turma, o dia e o horário da aula e o link para acesso.

Deixe um espaço aberto para o compartilhamento de emoções e sentimentos

Além do aprendizado, a escola também é um local de convivência e troca de experiências, o que também pode (e deve) ser feito remotamente.

Deixe um tempo livre para que os alunos possam compartilhar o que estão sentindo em relação à pandemia, aos acontecimentos globais, às aulas remotas e a outros assuntos relacionados. Isso pode atuar como uma válvula de escape importante para um momento tão diferente na história recente.

Assim, além de ajudar a aliviar a pressão, os alunos ainda terão aquele sentimento de pertencimento da turma, já que todos verão que, de uma forma ou de outra, estão no mesmo barco e, por isso, podem se ajudar.

Em caso de Ensino Híbrido, garanta que todos sejam acolhidos

Nós falamos sobre o Ensino Híbrido há algum tempo por aqui, quando apontamos que ele era o caminho para o retorno às aulas presenciais, exatamente o que estamos vendo agora. É fato que ele desponta como uma boa solução, mas é preciso saber como lidar com a modalidade.

O Ensino Híbrido combina o ensino dentro da sala de aula e fora dela. É isso o que vemos em várias regiões do Brasil: enquanto alguns alunos vão para a escola, outros estudam de casa, em grupos que podem ser alternados.

Se a sua escola tiver optado pelo Ensino Híbrido, faça todo o possível para que todos os alunos se sintam acolhidos. 

Primeiro contato no Ensino Remoto: um divisor de águas para o que está por vir

Você, professor, não deve se sentir mal caso esteja inseguro ou preocupado em relação ao primeiro dia de aula no Ensino Remoto. Afinal, é comum que as novidades tragam algum grau de incerteza, a qual também é sentida, de certa forma, pelos alunos.

Os primeiros dias de aula no Ensino Remoto podem ser diferentes, mas ainda são muito positivos. Além de permitir que a Educação se mantenha firme, você ainda se prepara para o futuro, que inevitavelmente recorrerá a esta modalidade no “novo normal”.

Ainda falando sobre inovação, a Prova Fácil tem um e-book muito interessante e que está perfeitamente alinhado ao que vivemos agora: o Manual do Professor Moderno. Nele, você poderá melhorar seu desempenho dentro e fora da sala de aula, descobrir qual é a ferramenta educacional ideal para você e muito mais.

Baixe grátis o e-book “Manual do Professor Moderno”

Sabemos que o primeiro contato no Ensino Remoto é desafiador, mas lembre-se que essa situação é passageira e tem como foco um bem maior: a manutenção da Educação, um pilar do desenvolvimento físico, intelectual e moral do ser humano.

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