08 de março foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Dia Internacional da Mulher, sendo adotado por diversos países, inclusive o Brasil.
Essa data que se aproxima traz consigo um momento de reflexão e aprendizado sobre respeito, igualdade e, acima de tudo, empoderamento feminino.
Para além de uma data, o Dia da Mulher é um manifesto das conquistas políticas, sociais e econômicas das mulheres ao longo dos anos.
Essa é uma oportunidade para professores e professoras explorarem as lutas e conquistas das mulheres e abordarem o tema representatividade feminina nas escolas. É relevante investigar e aprofundar as contribuições cotidianas para tornar o convívio no ambiente escolar respeitoso e também desconstruir comportamentos estereotipados.
Nesse texto abordaremos 3 maneiras de trabalhar a representatividade feminina nas escolas. Boa leitura!
Por que trabalhar representatividade no Ensino Básico?
A escola de Educação Básica, muitas vezes, representa o primeiro grande contato de uma criança com a sociedade. É na escola que ela vai encontrar pessoas diferentes, expandir sua visão de mundo e começar a agir como parte de uma comunidade.
Promover a representatividade na escola é um dever de toda Instituição de Ensino. Formar cidadãos conscientes é um passo fundamental para gerar transformações positivas na sociedade.
Quando os alunos não têm contato com diferentes realidades e não pensam a respeito de temas como preconceito, desigualdade social e segregação racial, a escola não cumpre por completo seu papel social.
Além disso, a importância dessa discussão é indispensável para o processo de desenvolvimento saudável da subjetividade de uma criança.
Portanto, é essencial que a Instituição de Ensino saiba como trabalhar a representatividade, apresentando a diversidade como algo positivo, em um ambiente acolhedor para todos.
Representatividade feminina nas escolas: Porque abordá-la?
A figura histórica feminina, nas Instituições de Ensino, tem pouco destaque. Aumentar a representatividade feminina nas escolas pode trazer reflexos positivos para a comunidade escolar, bem como para a sociedade em geral.
Dessa forma, os estudantes poderiam se espelhar nas grandes mulheres da história, bem como, principalmente os meninos, poderiam ter uma melhor consciência sobre as terríveis consequências do machismo.
Abordar a representatividade feminina nas escolas é muito importante para reafirmar e promover as vitórias da busca por direitos e igualdade. Além disso, o momento é necessário para debater questões como a igualdade de gênero e empoderamento.
Dicas de como trabalhar a representatividade feminina nas escolas
A escola tem grande responsabilidade em fazer da data um momento de reflexão e aprendizado sobre o respeito, a igualdade entre os gêneros e o empoderamento feminino.
Para iniciar o seu trabalho em sala de aula, é importante se munir de bibliografias que tratam sobre as mulheres, principalmente através de uma perspectiva plural.
Confira 3 maneiras de como tratar a representatividade feminina na escola de forma interessante e educativa!
Utilizar biografias de mulheres que participaram dos processos históricos
O ensino de História não consiste apenas em passar para o aluno as causas e consequências de um acontecimento em específico.
Pequenas ações podem fazer toda a diferença, principalmente para o Ensino Médio, momento em que levamos materiais para a análise em sala de aula o tempo todo.
Uma sugestão é procurar levar imagens, músicas ou textos produzidos por mulheres para análise. Além disso, filmes e séries protagonizados por mulheres também podem e devem ser utilizados na abordagem em sala de aula
Muitas obras contam com riqueza de detalhes a trajetória e a luta das mulheres e podem servir de base para a abordagem dentro da escola. Relembrar os fatos e citar cada um deles (dando ênfase aos resultados alcançados) pode ser uma boa maneira de evidenciar a importância desse dia.
Outra opção é mostrar a participação feminina na educação e salientar quais eram as possibilidades e dificuldades para o gênero e quais as resistências criadas diante das mais diversas situações.
Utilizar recursos midiáticos protagonizados e/ou produzidos por mulheres
É inegável que as mulheres têm sido protagonistas na história e têm lutado por mudanças e gerado transformações que impactam a todos nós.
O cinema é, ainda, essencialmente masculino na maior parte de suas produções e do protagonismo nas telas.
Ao longo da história, o cinema quase sempre foi feito por homens e para homens e, enquanto homens assistem a si mesmos nas telas, as mulheres assistem a elas sendo observadas por homens.
Neste contexto, acessar filmes e séries feitos a partir de uma nova perspectiva é poder expandir as visões de suas alunas sobre elas mesmas a partir da identificação. É necessário que elas se enxerguem a partir de novos olhares.
Utilizar a comunidade local e a comunidade escolar para falar da mulher na contemporaneidade
A escola precisa se reconhecer como parte do todo. Desde a primeira infância, as meninas são educadas a reportar espaços e trabalhos domésticos. O ponto de partida para essa conversa entre os educadores é admitir que foram formados dentro de uma cultura machista.
O primeiro trabalho que os profissionais da educação precisam fazer para trabalhar a representatividade feminina nas escolas é confrontar o seu próprio machismo e desconstruir-se.
A Instituição de ensino precisa utilizar o ambiente escolar e a comunidade local para estimular a participação de mulheres da comunidade. Trazê-las para dentro do ambiente escolar e reforçar a representatividade feminina nas escolas.
Dica extra: representatividade feminina nas escolas não aborda apenas mulheres brancas!
Um grande destaque da pauta é a importância da representatividade, que acontece quando conseguimos nos identificar com uma pessoa por conta de algum marcador social em comum.
Portanto, ao trabalhar a representatividade feminina nas escolas, é necessário também lembrar de mulheres não-brancas, e não excluí-las do acervo de materiais utilizados no contexto.
É importante que os materiais abordados e trabalhados contenham protagonismo e representatividade de mulheres pretas, asiáticas e indígenas. Outras características como diferentes corpos, biotipos, mulheres com deficiência também são uma boa ação para criar um sentimento de pertencimento e representação, principalmente para as alunas.
Conclusão
Ao mencionar uma mulher, vale lembrar que cada uma delas é um símbolo, mas que, certamente, todas contaram com uma rede de cooperação de outras mulheres que as apoiaram e acreditaram nelas.
Esses são apenas alguns exemplos de como abordar o tema representatividade feminina nas escolas e garantir que sua escola se torne um ambiente acolhedor para a diversidade. Os benefícios vão muito além da educação dos alunos. Escolas mais diversas costumam também ser mais criativas, inovadoras e a ter melhor ambiente de trabalho.
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