A Taxonomia de Bloom visa mostrar que a educação vai muito além do sentido conteudista, permitindo um desenvolvimento ainda mais completo dos alunos.
Uma taxonomia é uma teoria que explica e estuda um determinado termo científico. Ela serve para detalhar os aspectos de um dado assunto, com o objetivo de usá-lo para um propósito. Mas você sabe o que é Taxonomia de Bloom?
No processo de ensino e aprendizagem existem diversas teorias auxiliando a prática pedagógica, e uma delas é justamente a Taxonomia de Bloom. Aliado a ela, surge a necessidade de alinhar as avaliações com as demandas educacionais do futuro.
Por isso, hoje vamos abordar sobre o que trata essa teoria da aprendizagem e como utilizá-la no dia a dia docente. Acompanhe!
O que é Taxonomia de Bloom?
A Taxonomia de Bloom recebeu essa nomenclatura graças ao seu maior incentivador, o psicólogo Benjamin Bloom (1913-1999). Ele acreditava que a educação ia além do sentido conteudista, sendo capaz de levar o aluno ao melhor de sua performance enquanto ser humano.
Bloom, que também era pedagogo e nasceu nos Estados Unidos, teve sua trajetória marcada por estudos na área educacional, sempre com uma visão psicológica.
Nesse cenário, surgiu em 1956 a chamada Taxonomia de Bloom – ou taxonomia dos objetivos educacionais. A teoria foi criada por um grupo multidisciplinar liderado pelo psicólogo.
Benjamin detalhou que haviam três modelos de domínio, os quais o estudante precisa passar para alcançar um aprendizado efetivo. São eles:
- Domínio cognitivo: diz respeito à capacidade intelectual;
- Domínio afetivo: referente às características da sensibilidade e forma de lidar com os valores emotivos;
- Domínio psicomotor: abrange a competência de executar tarefas a partir do sistema motor.
Dessa forma, cada um desses domínios é formado por escalas de dificuldade, fazendo a Taxonomia de Bloom ser uma espécie de hierarquia.
Isso quer dizer que cada escala é mais complexa que a anterior. Então, para alcançar objetivos maiores, é preciso que os discentes passem primeiro pelos objetivos menores (menos difíceis).
Como é a divisão da Taxonomia de Bloom?
Os verbos de ação da Taxonomia de Bloom são assim divididos:
1. Domínio cognitivo
Esse domínio deixa claro uma interrelação entre os níveis do domínio, fazendo o discente ser capaz de entender uma questão somente se puder ter uma noção prévia do assunto.
1.1 Conhecimento: habilidade do aluno de memorizar e lembrar de eventos, situações e termos, sem a urgência de saber exatamente o que significam.
1.2 Compreensão: busca demonstrar o entendimento de questões.
1.3 Aplicação: ação de usar o saber adquirido em novas situações (resolução de problemas).
1.4 Análise: abrange o fato de examinar uma informação em fases divididas, bem como essas partes têm relação.
1.5 Síntese: juntar elementos em prol de uma solução.
1.6 Avaliação: avaliar de forma crítica o problema.
2. Domínio afetivo
O domínio afetivo indica como o sujeito enfrenta situações onde as emoções e sentimentos estão envolvidos. Desse jeito, a parte afetiva ensina o estudante a lidar com as informações de forma particular e emocional. Seus estágios são:
2.1 Recepção: aquisição de consciência sobre sensações e ações, pessoais e do outro.
2.2 Resposta: entendimento das sensações do item anterior e reação a eles.
2.3 Avaliação: efeito interior consciente, colocando valores às atitudes.
2.4 Organização: gestão e priorização de atividades.
2.5 Caracterização: os aspectos pessoais e senso particular já tem mais sentido para o aluno.
3. Domínio psicomotor
Já o domínio psicomotor tem a ver com o comportamento do indivíduo. Avalia a perspicácia dos alunos frente às habilidades psicomotoras. Sua divisão passa por cinco subáreas:
3.1 Percepção: tomar ciência, através dos sentidos, do mundo exterior.
3.2 Predisposição: demonstração – seja física, emocional ou mental – de que está apto para realizar uma tarefa.
3.3 Resposta guiada: capacidade de resposta a instruções, aqui, no casos dos professores.
3.4 Resposta mecânica: ocorre quando as respostas são feitas de forma mecânica/automática, sem direcionamento dos educadores.
3.5 Resposta completa e clara: aptidão dos estudantes para praticar atividades sem ajuda de terceiros.
Quais os objetivos dessa prática?
Essa estrutura criada por Bloom tinha como objetivo se tornar um método de organização e especificação de aprendizagem dos estudantes.
Logo, as ações psicológicas podem ser ordenadas por fases de dificuldade crescente, da menos complexa até a mais complexa.
Em outras palavras, a Taxonomia de Bloom acredita que, para que um aluno adquira os conhecimentos de um nível superior, é fundamental que ele já tenha domínio sobre o nível anterior, como um pré-requisito para aquisição de novos conceitos.
Os domínios, por sua vez, são classificados por verbos de ação e objetivos específicos, visando organizar, de maneira hierárquica, o aprendizado cognitivo dos alunos.
Como essa teoria influencia as avaliações escolares?
Uma vez que a avaliação escolar tem sido uma das tarefas mais desafiadoras para os educadores, em um mundo globalizado como o atual, é natural que a escola passe por diversas transformações na sua forma de ensinar.
E dentro dessas mudanças, é preciso que os educadores tenham conhecimento das melhores técnicas para avaliar seus alunos, isto é, levando em conta a realidade escolar deles e o nível de aprendizagem em que se encontram.
Nesse cenário, as escolas têm procurado por soluções mais inovadoras para conhecer e avaliar as habilidades e competência que o alunado adquiriu, como mostra o artigo que fala sobre 7 métodos de avaliação inovadora.
Portanto, baseado nessa teoria, os docentes podem ter uma gestão da aprendizagem mais eficiente, conseguindo diagnosticar se os objetivos educacionais de forma alcançados e se suas técnicas pedagógicas estão logrando êxito.
Como aplicar a taxonomia de Bloom na minha escola?
De modo geral, a Taxonomia de Bloom busca ajudar os alunos a construírem um pensamento crítico e reflexivo, sendo capazes de aplicar os saberes adquiridos na prática social, garantindo assim, mais autonomia e segurança enquanto cidadãos.
Já os educadores podem utilizar essa metodologia como método de auxílio ao seu planejamento didático, elaborando o plano de aula a partir de determinadas metas educativas a serem cumpridas pelos discentes.
Logo, a Taxonomia de Bloom se configura como uma ferramenta de grande apoio na relação professor-aluno, funcionando como um recurso inovador para avaliar o nível de aprendizagem por etapas, facilitando assim, a aquisição do conhecimento.
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