O sistema de ensino conta com várias regras a serem seguidas. Uma delas são as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), normas da Educação Básica que embasam o planejamento curricular das escolas.
Originadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), as DCN direcionam as atividades para a Educação Infantil e Ensinos Fundamental e Médio. Porém, como funcionam? Por que são importantes? E quais são as diferenças para os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)?
É o que explicaremos neste artigo. Acompanhe!
Diretrizes Curriculares Nacionais: o que são?
As DCN definem as competências e diretrizes para a Educação Básica. Por isso, embasa a elaboração dos currículos e dos conteúdos mínimos para garantir uma formação comum.
O objetivo das Diretrizes Curriculares é assegurar a autonomia da escola e da proposta pedagógica. Assim, as instituições são estimuladas a montarem seus currículos a partir das áreas de conhecimento e dos conteúdos que acham mais adequados.
A ideia é assegurar que as disciplinas sejam trabalhadas a partir de alguns parâmetros específicos, como o tipo de pessoas atendidas, a região em que está inserida e outros aspectos relevantes.
As DCN são leis e determinam os objetivos e as metas a serem perseguidos. Elas abrangem elementos de fundamentação para cada campo do saber, área de conhecimento ou profissão.
O propósito é incentivar a capacidade autônoma e permanente de desenvolvimento intelectual e profissional. Portanto, além da Educação Básica, as diretrizes também são voltadas para a formação de professores.
Em suma, as DCN fornecem a estrutura. Elas oferecem regras gerais para a Educação Básica, mas também têm normas próprias para cada etapa. Assim, há uma equidade de aprendizagem e os conteúdos básicos são ensinados para todos os alunos, enquanto é considerado o contexto em que eles estão inseridos.
Por que são importantes?
As Diretrizes Curriculares são gerais, mas também apresentam detalhes para cada etapa do ensino. Essa flexibilidade facilita a aplicação de um ensino de qualidade, centrado no desenvolvimento do educando e em suas aprendizagens.
Ao mesmo tempo, são implementadas estratégias de participação coletiva da comunidade no planejamento escolar e em sua gestão democrática. Isso acontece porque as DCN oferecem direito à formação humana, cidadã e profissional.
Nesse contexto, seus objetivos são:
- sistematizar princípios e diretrizes da Educação Básica para garantir uma formação comum nacional aos estudantes;
- fomentar a reflexão crítica e propositiva para elaborar, executar e avaliar o projeto político-pedagógico (PPP) das escolas;
- direcionar os cursos de formação inicial e continuada dos profissionais, os sistemas educativos dos estados e municípios, e as escolas que fazem parte deles.
Devido a esses propósitos, as DCN indicam como o professor pode mudar a realidade dos alunos e da comunidade em que a escola está inserida. A ideia é promover as condições cidadãs da população para socializar pesquisas, informações e discussões, a fim de fornecer o suporte necessário aos docentes, técnicos e outros profissionais.
Princípios das DCNs
Um dos princípios-chave das Diretrizes Curriculares Nacionais é a equidade. Isso significa que as diretrizes buscam assegurar que todos os alunos tenham igualdade de acesso, permanência e sucesso na educação, independentemente de suas origens sociais, econômicas, culturais ou regionais.
A flexibilidade é outro princípio crucial das DCNs. Reconhecendo a diversidade de contextos educacionais em todo o país, as diretrizes permitem a adaptação dos currículos às características locais e às necessidades específicas das comunidades e dos alunos.
Ao promover a integração entre diferentes áreas do conhecimento, as diretrizes incentivam os alunos a fazerem conexões entre os conteúdos e a desenvolverem uma compreensão mais ampla e holística dos temas abordados. Isso contribui para uma visão mais abrangente do conhecimento, propiciando a interdisciplinaridade.
Além disso, as DCNs enfatizam a importância da formação integral dos indivíduos. Isso vai além da formação acadêmica e inclui o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, éticas e cidadãs. Os alunos são incentivados a se tornarem cidadãos conscientes e responsáveis, capazes de lidar com desafios do mundo atual.
Por fim, as DCNs também valorizam os profissionais da educação. Elas promovem a valorização e a formação contínua dos educadores, reconhecendo seu papel fundamental na promoção de uma educação de qualidade e no desenvolvimento dos alunos.
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DCN x PCN: quais são as diferenças?
Apesar de muitas pessoas confundirem essas duas diretrizes, existem diferenças significativas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais oferecem regras divididas por disciplinas. Eles são criados pelo governo federal, mas não há obrigatoriedade por lei.
Direcionam as discussões pedagógicas feitas na escola, assim como a produção de livros e materiais didáticos. A avaliação do sistema educacional também precisa seguir as diretrizes dos PCN.
É importante destacar que os parâmetros são anteriores às Diretrizes Curriculares — foram criados em 1997. Eles servem de referencial para a reestruturação da proposta curricular da escola e delimitação das normas a serem seguidas.
No entanto, são apenas recomendações, justamente por inexistir obrigatoriedade perante a lei. Os PCN, portanto, assinalam orientações e referências curriculares. Enquanto isso, os DCN focam em metas e objetivos.
De modo geral, os Parâmetros Curriculares contribuem e direcionam:
- elaboração e revisão curricular;
- formação do professor inicial e continuada;
- metodologias abordadas;
- discussões pedagógicas.
Por esse motivo, os PCN resolvem as dúvidas dos professores a respeito do ato de lecionar. Essa característica é especialmente importante para quem dá aula pela primeira vez, independentemente de ser recém-formado.
Em outras palavras, é como um caminho a seguir. Apesar de não existir uma fórmula fechada, há indicação de práticas, projetos e planos de ensino e de disciplina, que embasam o trabalho do educador e permitem que ele melhore a qualidade do aprendizado em sala de aula.
Diretrizes Curriculares Nacionais e BNCC: Como se caracterizam e se relacionam?
Além da confusão com os PCN, as Diretrizes Curriculares Nacionais também costumam ser confundidas com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na verdade, este documento apresenta orientações que direcionam os currículos de escolas públicas e privadas da Educação Básica.
A Base define os objetivos e os direitos de aprendizagem. Em outras palavras, determina o que todo aluno deve saber antes de terminar o Ensino Médio — etapa que conclui a Educação Básica.
Por isso, indica quais conteúdos são obrigatórios em todas as escolas, bem como as habilidades e competências a serem trabalhadas. Portanto, é mais específico que as diretrizes.
Vale a pena destacar que a BNCC foi criada após as DCN e até mesmo embasada por essas diretrizes. Assim, um documento complementa o outro, ao contrário do que muitos educadores acreditam.
A criação da Base Nacional Comum Curricular também foi acabar com as discrepâncias existentes no País, já que os currículos escolares entre as regiões divergem de maneira significativa. Ela assegura o direito à educação com equidade e foi elaborada a partir de discussões com a sociedade.
Foram feitas mais de 12 milhões de contribuições e o documento foi revisado, assinado e aprovado. Agora, já está em vigor e deve alterar o Enem e os vestibulares. Com isso, exige que as escolas da Educação Básica se ajustem às novas necessidades de ensino e incentivem o aluno a pensar e a pesquisar com o propósito de garantir uma formação integral e completa.
Conclusão
As Diretrizes Curriculares Nacionais não apenas proporcionam um direcionamento claro para a Educação Básica, mas também celebram a diversidade, a flexibilidade e a inclusão. Elas permitem que cada instituição de ensino customize seus currículos para atender às necessidades das comunidades locais e dos alunos, garantindo uma educação mais relevante e contextualizada.
Com seus princípios enraizados na equidade, elas buscam capacitar os alunos a se tornarem cidadãos conscientes, capazes de enfrentar desafios complexos e de contribuir positivamente para a sociedade.
Vale ressaltar que as DCNs não estão sozinhas nessa jornada educacional. Elas trabalham em conjunto com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cada um desempenhando um papel específico para enriquecer o panorama educacional do país.
Portanto, ao compreender as Diretrizes Curriculares Nacionais, os educadores, gestores escolares, alunos e toda a sociedade podem abraçar um futuro educacional vibrante, onde a equidade, a formação integral e a participação ativa são os pilares que sustentam a educação de qualidade.
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