Não tem muito tempo e essa cena era comum: o aluno chegava em casa com uma pilha de provas feitas há algumas semanas que tinham sido corrigidas e entregues para o professor. Algumas escolas exigiam que, os testes com notas “insuficientes” fossem assinadas pelos pais e devolvidas à escola para mostram que eles estavam cientes do que estava sendo ensino em sala de aula e, também, do conhecimento absorvido pelo estudante. Tão comum quanto isso era a relação próxima destes pais com os professores, que apontavam as dificuldades ou facilidades de aprendizado dos estudantes.
Com o desenvolvimento das tecnologias essa relação mudou, apesar de não ter deixado de lado a proximidade e o diálogo entre pai e professor. Os softwares passaram a oferecer novas possibilidades, como o gerenciamento e o acompanhamento das notas dos alunos. Dessa forma, os pais podem monitorar tudo o que acontece na escola online, por meio de um computador ou um smartphone, enquanto trabalham, por exemplo.
O método e a rotina do professor também mudaram nesse cenário cheio de novas oportunidades. Antes era comum que o tempo fosse dividido entre dar aulas dentro de uma sala de aula, aplicando e corrigindo provas. Aliás, este último ponto ainda trazia um agravante: a quantidade de tempo gasto com a correção dos testes, o que acabava levando professores a uma situação de desgaste e estresse. Entenda aqui o porque das avaliações serem o principal alvo de mudanças na educação do século XXI:
O fim da caneta vermelha
Por muito tempo, a correção de provas com caneta vermelha se tornou um estigma para alunos. Abrir, cheio de expectativa, uma prova corrigida e se deparar com uma folha de papel coberta por tinta vermelha não é uma situação das mais agradáveis para os estudantes. E tampouco faz bem ao professor.
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, aponta que o uso de caneta vermelha para corrigir os testes afeta diretamente na relação aluno-professor já que a cor é carregada de uma emoção negativa nesses casos.
Correção em grupo
A internet também traz mais transparência sobre o que ocorre nas escolas e, com ela, há também mais cobrança dos pais sobre a qualidade do ensino em todas as áreas. Nesta relação, os resultados das avaliações são a principal ferramenta dos pais para aferição. Dessa forma, um método que vem sendo utilizado para a correção mais assertiva de provas é o estímulo à correção conjunta dos professores, que permite a definição de critérios únicos para diferentes áreas de ensino dentro da mesma instituição.
Os encontros são online ou pessoalmente e consistem em definir qual o tipo de questão a instituição considera certa, errada ou meio certa; se há contagem de pontos quando há erros de ortografia em provas que não são de português e onde o professor deve escrever suas observações de correção, a fim de que o aluno perceba onde foi seu erro e possa corrigi-lo.
As correções em grupo são esporádicas mas essenciais para as instituições que buscam critérios bem definidos para suas avaliações. Neles, por exemplo, os professores são incentivados a trocarem suas provas corrigidas com as dos colegas para que analisem se há equilíbrio nas correções.
Da caneta ao ERP
A evolução do método de ensino conhecido por nossos pais ou avós até o modelo que se tem hoje nas escolas mais modernas do país passa pelo ERP – sigla em inglês para Sistema de Gestão Empresarial -, que nada mais é que um método de gestão aplicado a instituições de educação. Com ele é possível, por exemplo, que os pais de alunos acompanhem em tempo real e em qualquer lugar o desempenho de seus filhos.
Um dos sistemas de ERP aplicados à educação mais conhecidos é o Smart, desenvolvido pela Starline, uma empresa brasileira de tecnologia em educação. O software possibilita uma organização em especial para as áreas administrativas das escolas, como para operacionalizar o sistema ou otimizar as vagas por turma. A ideia é que, com ele, cada ação dos pais e alunos na escola sejam registrados, desde a primeira ligação para receber informações sobre a escola até a graduação do estudante – o que inclui também a percepção se em algum período o aluno apresenta queda de desempenho por razões externas às escolas ou as taxas de evasão em determinados períodos.
Além disso, o sistema também facilita e aproxima a relação entre alunos e professores, da seguinte forma:
- Possibilidade de passar conteúdo para os alunos via internet
- Controle dos certificados dos alunos
- Controle de notas atrasadas
- Acompanhamento online dos pais acerca do desempenho dos filhos
Corrigindo provas de um jeito diferente
Uma das tendências da escola do século XXI é o uso de uma ferramenta que acaba com aquele velho método de corrigir provas e entregá-las aos alunos corrigidas. É mais do que comum ver relatos de professores que gastam muito tempo para corrigir pilhas e mais pilhas de provas de seus alunos, levam trabalho para casa e, para piorar, ainda enfrentam problemas de saúde decorrentes de todo esse ambiente marcado por estresse, desgaste, tensão e ansiedade.
A mudança na correção de provas passa por aplicativos que “mapeiam” a prova do aluno e, em segundos, identificam as opções marcadas por ele. Uma economia de tempo. O Prova Fácil é uma dessas novas ferramentas. Com ela os professores podem criar e gerenciar provas de múltipla escolha a partir de seus smartphones. O aplicativo utiliza a câmera do aparelho para “escanear” a página de respostas dos alunos, conferindo automaticamente seu índice de acerto e a nota que lhe cabe. Veja aqui como o sistema funciona.
O que ocorre na prática é que, assim que o último aluno entregar o teste feito, o professor pode gerar um relatório sobre o desempenho da turma e saber quais foram as questões com maior e menor índice de acertos. Outras vantagens do uso da tecnologia são:
- Acompanhar a evolução dos estudantes
- Gerenciar um banco de questões para provas futuras e simulados
- Diagramar as próprias provas
- Otimizar o processo de aprendizagem
- Economizar tempo com a correção
Dados da Starline, empresa brasileira especializada em tecnologia da educação mostram que mais de mil escolas brasileiras já adotam a correção automática de provas.
Elaborando provas diferentes
Uma nova tendência que também muda a forma de corrigir provas surge a partir de um novo olhar sobre as avaliações: ao contrário do que era feito antigamente, as avaliações não são mais vistas como uma forma de classificar a turma, mas sim de orientar a aprendizagem, em um modelo que foca na singularidade dos processos de cada aluno. Dessa forma, variam as modalidades de avaliação, intercalando provas, trabalhos e redações de forma a avaliar o desempenho do aluno individual e coletivamente. Com este pensamento, a ideia é que o professor liste o conteúdo das provas, informe aos alunos e não os modifique sem necessidade. A prova passa a ter como foco, então, o aprendizado do estudante e, assim, coloca alunos e professores como parceiros nesta jornada e não afastados por instrumentos de avaliação. Algumas dicas para elaborar provas que meçam o aprendizado do aluno são:
- Saber o nível atual de desempenho do aluno (diagnóstico)
- Comparar essa informação com aquilo que é necessário ensinar no período educativo (qualificação)
- Tomar decisões que possibilitem ao aluno alcançar os resultados esperados.
Você conhece algum novo método de avaliação utilizado no século XXI? Não deixe de compartilhar conosco!